Categoria Notícias

porLucas Pavel

A GRAVE CRISE CICLOVIÁRIA DO RIO

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Esse texto, na verdade, é uma denúncia. Necessária e providencial, visto que estamos a poucos meses do Velo City, que será sediado aqui no Rio.  O que esperar de uma cidade que vai abrigar um evento de tamanha importância para o universo da bicicleta? Bom, o exato oposto do que está acontecendo agora.

Em 2017, a malha cicloviária, pela primeira vez em 9 anos, não cresceu. Na verdade, até diminuiu, por assim dizer, devido ao esburacamento que é perceptível em várias ciclovias e ciclofaixas da cidade. Sem falar das ciclofaixas super desbotadas em Botafogo e no Humaitá, o que acaba fazendo com que os transeuntes mal reconheçam que aquilo é uma ciclofaixa. Ora, se uma prefeitura não se digna nem a aumentar as ciclovias de sua cidade, ao menos que se preocupe com a sua manutenção, mas nem isso está acontecendo. Já tivemos investimento de quase R$30 milhões nesse campo. Em 2017, o valor orçado foi de irrisórios R$3 mil! Isso não é nada. Com essa importância, não dá nem pra pintar uma calçada.

Investigações atualizadas afirmam que o Rio tem uma malha de ciclofaixas de 420 km, sendo que outrora já afirmaram que era de 450. Qualquer um dos valores é muito pouco, muito vestigial se você comparar com outras cidades que estão investindo em mobilidade alternativa. E pelo andar da carruagem, esse número não vai aumentar pelos próximos 4 anos, pelo menos. Estamos vivendo um drama parecido com o das pré-olimpíadas, já que o Velo City é tipo uma Olimpíada no mundo da bike.

Em tempos como esse, parece até meio fora de lugar falar em um plano político que conecte as ciclovias existentes, tornando-as mais eficientes. Um governo que congelou os investimentos nesse setor certamente não se preocupa com mobilidade inteligente. O Itaú já fechou parceria com a Tembici para modernizar nossas laranjinhas, que, cá pra nós, estão caquéticas. A ideia é trazer tecnologia específica de sistemas de compartilhamento para o Rio e tudo já está acertado. Só falta a canetada do prefeito, que não se mexe. Ele parece estar esperando até o último segundo para resolver essas questões, o que é um comportamento bem reprovável e perigoso. Esse prefeito está muito mais preocupado em acumular milhas do que resolver as pendengas da cidade. No final, ele só acumula dor de cabeça e quem paga o pato é a população carioca. Isso sem falar na operação Cadeia Velha e seus caciques que só sabem afundar mais a situação do transporte no Rio de Janeiro.

É, meus caros, está cada vez mais difícil ser portador de boas notícias para a nossa cidade.

porLucas Pavel

CICLISTAS PODERÃO SER MULTADOS

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O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicou na sexta-feira, 27, resolução regulamentando a aplicação de multas a ciclistas e pedestres que desrespeitarem as leis de trânsito em todo o País. Essa medida já estava prevista há algum tempo, mas foi ressuscitada agora e deve entrar em vigor em 180 dias. Quem atravessar ou pedalar fora da faixa deverá desembolsar por volta de R$44,00, o que corresponde a metade de uma multa leve aplicada a carros.

A decisão andou dividindo a galera. Por um lado, fazer uma lei que envolva ciclistas de alguma forma é legitimá-los como membros ativos do trânsito. É reconhecer que eles importam. Talvez, há alguns anos, fazer uma lei como essa fosse totalmente desnecessária. Afinal, a expressividade dos amantes da magrela era pífia. Mas agora o jogo mudou.

Por outro lado, essa é uma manobra perigosa. Culpabilizar os elos mais fracos do trânsito (pedestres e ciclistas) parece sempre meio injusto. A pujância dos carros é inegável e dificilmente um acidente acontecerá de fato por causa de um transeunte ou de um ciclista. Isso sem considerar que não existe uma estrutura eficiente para dar ampla mobilidade para ciclistas na maioria das grandes cidades brasileiras. Ou seja, além de punir o elemento mais frágil, você não dá subsídios nem instrução para que ele circule no trânsito com segurança.

Concordamos que pedalar imprudentemente é condenável. Especialmente para os pedestres ao redor do ciclista. E sim, uma atitude perigosa continuada pode acabar gerando acidentes maiores e até fatais. Ninguém pode se lançar no trânsito sem pensar no outro. Não somos contra a regulamentação. Regulamentar é totalmente apropriado. Mas punir só é justo se todos os elementos envolvidos estiverem equiparados, ou seja, se partirem do mesmo ponto em termos de condições de mobilidade no trânsito.

Essas regras devem ser pensadas olhando o futuro, e não o passado. A experiência internacional mostra que deveríamos considerar antes de tudo investir em engenharia de trânsito para traçar novas ciclovias, ciclofaixas,  ciclofaixas reversíveis, enfim: todo um aparato para tornar a atividade do ciclismo numa nova e segura forma de transporte urbano, mais rápida, não poluente, com irrefutáveis benefícios à saúde, prática e divertida.

E você, o que acha dessa polêmica?

porLucas Pavel

Andorinhas informadas fazem verão menos quente

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O inverno carioca mal dá indícios de chegar ao seu fim e fala que mais se escuta é: que calor! Sim, as pessoas já estão antecipando, muito chateadas, o temido verão. Em geral, quando o calor já começa a mostrar a cara tão cedo, já sabemos que o verão será de lascar.

A questão é que tem sido assim há algum tempo. O calor não tem dado trégua e, por mais louco que isso possa parecer, podemos resolver isso andando de bicicleta. Isso mesmo! O raciocínio é bem simples: se você pedala para o trabalho, está provavelmente deixando de dirigir ou de pegar algum outro meio de transporte movido a combustível fóssil. Esses materiais são poluentes e ajudam a alimentar o famigerado efeito estufa, que por sua vez retroalimenta o também tarimbado aquecimento global. Pronto!

A cadeia de ações com consequências para o planeta está aí desenhada e só alienado não vê. É indireto, mas uma coisa leva à outra. Por isso, qualquer esforço nesse campo precisa ser grandioso, envolver muitas pessoas, e atuar no nível educacional. As pessoas precisam aprender os benefícios da bicicleta. Sim, uma andorinha só não faz verão, mas se uma andorinha conta para outra que o verão pode ser menos escaldante se ela andar de bike, podemos ter uma mudança de cenários.

É um trabalho de formiguinha (ou de andorinha?), mas se for feito  paulatinamente, pode gerar resultados. Apenas suor. E pra quem acha que o aquecimento global é algo do passado, especialistas afirmam que o furacão Irma, que devastou várias regiões de Cuba e dos Estados Unidos,  tem relação com o quadro geral de super aquecimento do planeta. A conta é simples e já estamos pagando por ela.

porLucas Pavel

“Bike share em pauta”

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Muito já se falou sobre sistemas de compartilhamento de bicicletas. Não resta dúvida que essa é uma forma muito inteligente de promover o uso das magrelas nas grandes cidades. Diferente de esportes como a corrida, onde a prática depende exclusivamente da boa vontade do possível atleta em realizá-la, o ciclismo pressupõe uma bike, ou seja, um aparelho, o que às vezes pode ser custoso ou mesmo pouco prático no cotidiano. E esses sistemas resolvem essas duas questões (custo e praticidade) numa tacada só.

Mas o que pode ser uma bênção urbana, pode também se configurar como um grande revés. O sistema requer manutenção constante, possibilidade de fazer costura com outros modais, investimento em tecnologia & segurança. Só assim ele é eficaz. Caso contrário, apenas gera mais estresse para os cidadãos. Alguns casos são louváveis e atingiram esse ideal, como é o caso de Pernambuco. Mas essa não é uma regra em vários municípios no Brasil.

Ao contrário de Pernambuco, o sistema do Rio de Janeiro tem deixado muito a desejar. Tentamos utilizar as bicicletas durante uma semana, e ficamos assustados. Poucas estações com bicicletas e, muitas vezes, bicicletas depredadas (sem banco, sem cesta). O que tinha um grande potencial para virar um exemplo, nos pareceu estar completamente abandonado. E, acaba virando mais um símbolo da crise que assola a nossa cidade.

Sugerimos uma melhor manutenção das bikes e uma atenção especial à calibragem dos pneus. Muito importantes para a segurança dos ciclistas, afinal de contas um pneu murcho pode causar uma queda! Esperamos que essa situação se reverta. Fomos informados por um funcionário do Bike Rio que o sistema está passando por modernizações e que a partir de outubro começaram as trocas de bicicletas por modelos novos, bem como a manutenção das estações.

A verdade é que defasado ou não, um sistema de compartilhamento de bicicletas não pode carregar nas costas o pesado fardo de resolver o impasse do transporte das grandes cidades brasileiras. A real mudança só virá quando houver boa-vontade política para colocar a bicicleta no centro das transformações que irão desafogar o trânsito brasileiro e torná-lo mais barato, saudável e sustentável. Medidas esporádicas funcionais são bem-vindas, mas precisamos de mudanças estruturais e isso só quem detém o aparelho do Estado pode realizar.

porLucas Pavel

O elefante branco chamado estacionamento coletivo

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A Holanda acaba de anunciar a construção do maior estacionamento de bicicletas do mundo. A obra de grandíssimo valor para a mobilidade urbana tem capacidade para 6 mil bicicletas e está localizada na cidade de Utrecht.

Se você acha isso grande, pense no terminal Menezes Cortes, no Rio de Janeiro. Ele pode abrigar 3500 carros. Estudiosos do assunto têm comentado que a verdade é que quanto mais você cria vagas para carros, mais você estimula que eles apareçam no trânsito. E outra verdade é que não há espaço para todos os carros, ou seja, alguns bons milhares de cidadãos irão fatalmente perder tempo de suas vidas procurando vagas diariamente. E se um automóvel ocupa o lugar de nove bicicletas, a matemática é simples. Teríamos condições e espaço para ter um estacionamento de bicicletas muito maior que o de Utrecht no Rio.

Não dá para esquecer o exemplo de  The Shard, o edifício mais alto da Europa, localizado em pleno coração de Londres e que conta com apenas 48 vagas de estacionamento para as milhares de pessoas que, todos os dias, ocupam os 87 pavimentos. A maioria dessas vagas está destinada a trabalhos de carga e descarga, ou são reservados a pessoas com deficiências. Se esse edifício fornecesse estacionamento abundante, além de gratuito, o trânsito na região onde se encontra simplesmente entraria em colapso diante da chegada em massa de veículos a um único ponto.

E é isso que temos feito nas grandes cidades brasileiras. Temos incentivado o colapso.

porLucas Pavel

Crivella vai de bike

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O prefeito Crivella esteve na Holanda participando da Velo-City 2017, já que a próxima edição será sediada no Rio de Janeiro. Perguntado sobre as mudanças necessárias para tornar o Rio uma cidade de fato bike-friendly, ele mencionou a criação de novas ciclovias, a manutenção das antigas, aumento de segurança, criação de novos totens de compartilhamento de bicicletas etc.

Com ou sem Crivella ou novas ciclovias, existe uma só garantia: as ruas do Rio vão sentir no ano que vem. Embora o Rio tenha uma malha cicloviária “interessante”, está longe de ser um modelo de mobilidade alternativa. Muitas outras cidades brasileiras estão à frente nesse quesito. O Rio ainda mantém aquela tradição de ter a maior parte de suas ciclovias perto do mar, mas longe de onde interessa, ou seja, das ruas onde os trabalhadores precisam.

Será que não dá pra injetar o dinheiro do Carnaval para melhorar a infraestrutura da cidade?  E com isso, de quebra, acabamos valorizando o verdadeiro Carnaval, que é o de rua.

porLucas Pavel

Modelos mais arrojados do Bike Itaú

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As Laranjinhas do Itaú mudaram. Agora, serão operadas pela Tembici, empresa especializada em sistemas de compartilhamento de bicicletas. Com isso, ganharão um modelo mais arrojado e moderno. Dentre as várias mudanças, vale chamar a atenção para o bagageiro frontal, que agora é vazado, em vez de ter o formato antigo de cestinha. Isso porque os usuários costumavam fazer aquele espaço de lixeira, uma tendência mundial. Uma outra coisa interessante é o para-lama integral, que evita que as pessoas tenham suas saias puxadas pela roda traseira. Todas as bicicletas vêm com uma mensagem de respeito ao trânsito, que é fundamental para qualquer pessoa queria sair na rua seja qual for o transporte. Além disso, o sistema de travamento e destravamento do totem está mais prático e rápido (através de um número que é recebido no celular). E agora o usuário pode também sinalizar a bicicleta que usou ou pretende usar como quebrada e acionar sua manutenção no próprio totem.

Essas mudanças prometem uma experiência no trânsito ainda mais agradável.

porLucas Pavel

Estreia do Ciclocosmo, blog voltado para o universo da bicicleta

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O espaço será dedicado a amantes da bicicleta, sejam experientes ou iniciantes. Nas palavras dela, o blog vai falar de temas gerais, passando por treinamento, Tour de France, atletas novos, dicas de nutrição, roupas adequadas para pedalar etc.

Na matéria da semana passada, ela falou sobre o aparecimento de uma espécie de quadrilátero da bike em São Paulo, com a inauguração de quatro espaços em Pinheiros voltados para o público da magrela (às vezes, não necessariamente sendo esse o público, mas pessoas que se identificam com o requinte e o cuidado desses restaurantes).

Vale a pena conferir a matéria: http://ciclocosmo.blogfolha.uol.com.br/2017/05/09/regiao-da-rua-artur-de-azevedo-em-pinheiros-vira-quadrilatero-da-bike-em-sp/

porLucas Pavel

Inspiração em Seul

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Antes de mais nada, Seul se destaca por um posicionamento bem drástico em relação ao número de carros nas ruas.

Para 2030, o governo metropolitano de Seul pretende estabelecer uma série de medidas nesse sentido. Entre elas:

  1. os motoristas pagarão um tipo de pedágio urbano de acordo com as distâncias percorridas;
  2. estacionar será uma atividade cada vez mais complexa. Serão construídos grandes prédios sem nenhuma vaga para carros;
  3. quem quiser adquirir automóveis terá que comprovar a compra de um espaço privado para deixa-lo guardado. Na via pública será proibido.

Em Seul, a sinalização com o limite de velocidade (30 km/h) em área residencial é bem gráfica. De acordo com nosso Código de Trânsito, vias locais de pequeno porte já tem esse limite, mas na prática isso nunca é respeitado.

 

porLucas Pavel

ATRASO MARCA A NOVA ADMINISTRAÇÃO CARIOCA

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Depois de ter amarelado bonito no Carnaval, se esquivando de uma festa que é a cara do Rio de Janeiro, o prefeito Crivella deu início a mais uma batatada astronômica. O furo dessa vez só mostra como nosso atual prefeito tem uma mentalidade retrógrada.

É inadmissível que o “pastor”, aliás, “ex-bispo” da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), pretende construir 9 (NOVE!) estacionamentos subterrâneos na cidade. Copacabana deve ganhar três deles. Os outros vão para Barra, Leblon Ipanema, Gávea, Madureira e Centro. Como se já não bastasse o caótico engarrafamento que o Rio apresenta, agora teremos mais motivos ainda para tirar o carro de casa. A medida do prefeito novato só mostra como ele está pouco antenado com as tendências de outras cidades grandes pelo mundo, cujo discurso está recheado de propostas de criação de novas ciclovias.

Cidades como Copenhague, Amsterdam, Londres e Paris tomaram decisões políticas radicais na busca de soluções cujo foco é o cidadão. Governantes que têm como foco desafogar o trânsito e aumentar a qualidade de vida das pessoas. Não é o caso da nova administração carioca.

Esta solução irá somente promover um maior afluxo de carro por minuto e provocar enormes engarrafamentos, refletindo por toda a cidade do Rio de Janeiro. Ao pensar nessa solução, a prefeitura posterga para outro momento o pensar de uma cidade para o cidadão. Propor estacionamentos subterrâneos talvez não seja a única solução. Paralelamente, seria importante que a prefeitura investisse em engenharia de trânsito, para traçar também novas ciclovias, ciclo-faixas, ciclo-faixas reversíveis, enfim todo um aparelhamento para tornar a bicicleta um meio mais seguro de transporte urbano, que não é poluente, e traz incalculáveis benefícios ao meio ambiente.

Uma cidade sustentável certamente não é uma cidade em que somos obrigados a passar, no mínimo, três horas por dia dentro de um carro preso no congestionamento, como demonstra a pesquisa de uma empresa holandesa que analisou dados de GPS e aplicativos para celulares. Dos nove municípios brasileiros avaliados pela empresa TomTom, a Cidade Maravilhosa é a mais congestionada

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