Como já levantamos outras vezes aqui, muitos são os recursos e, consequentemente, o espaço destinado aos carros na vida urbana pública de nossas cidades. Essa é uma realidade espalhada basicamente por todos os lugares do globo. Mas essa supremacia carrocêntrica fatalmente não se converte em efetividade. Isso porque 70% das pessoas andam a pé, ônibus ou até bike nas grandes cidades. Ou seja, gerar tanto espaço para carros é extremamente excludente. É dar a uma fatia pequena da população o filé mignon das nossas ruas.
Uma solução imediata é criar espaços maiores para os maiores usuários da rua, o que significa criar mais faixas exclusivas para ônibus, mais ciclovias, parques, aumentar calçadas. Esse é o caminho. Mas não só. Você precisa de infraestrutura e manutenção. E, principalmente, de um projeto sistemático que foque nesse setor da sociedade e atenda seus interesses com o olhar no longo prazo. Precisamos definir que ruas são do carro, do ônibus, do pedestre, do ciclista e se certificar que todos estão sendo incluídos de acordo com a importância que desempenham na sociedade. Precisamos melhorar a experiência do pedestre.
Como nos diz a ex-prefeita de Santiago (Chile), Carolina Tohá, nenhum meio de transporte por si só é a solução. O metrô, por exemplo, constantemente é citado como meio de transporte mais prático, por ser rápido e não ocupar espaço do trânsito. Mas eles são lentos e bem caros em sua construção. Nem todo dinheiro do mundo consegue fazer um metrô andar mais rápido do que precisa. E nem todas as áreas de uma cidade comportam o metrô. Sem contar que ele não atende diretamente a todos. As pessoas que moram no espaço entre as estações precisam pegar ônibus, bike, ou caminhar para completar a viagem, a chamada “última milha”. O ideal é que todos os meios de transporte trabalhem juntos e harmonicamente em prol da sociedade.
A redução do espaço do carro nas ruas sempre encontrará resistência por diversas partes, afinal a cultura do carro está enraizada em nossas mentes. Mas ela precisa ser urgentemente repensada.
Axé!
Abaixo de 1000,00 reais
Um modelo de bicicleta clássica e tradicional com o maior bagageiro da categoria, a Onix é cheia de estilo e oferece ainda um cesto frontal o que torna esta bicicleta muito utilizada pela mulher para se dirigir ao trabalho, a praia, ou mercado.
Acima de 1000,00 reais
Um modelo de bicicleta urbano-utilitária da Nathor é perfeita para deslocamentos urbanos, como meio de transporte, tem várias opções de cores e os pneus são slick não tão finos o que faz dela uma bicicleta especialmente desenvolvida para ser usada nas ruas do Brasil. Seu grande diferencial é o câmbio interno Nexus 3, onde o câmbio fica dentro do cubo proporcionando maior leveza na troca de marchas, evitando exposição à sujeiras e reduzindo a necessidade de manutenção constantes. (quadro unissex parecido com os modelos utilizados na Holanda).
Um modelo de bicicleta que possui um bagageiro, além de um incrível sistema de amortecimento no selim. É uma bicicleta para a mulher descobrir uma nova maneira de pedalar todos os dias do trabalho para casa com muito conforto e parecida com os modelos utilizados na Holanda.
Acima de R$ 5000,00 reais
Um modelo de bike elétrica idealizada para atender o ciclista que vai percorrer um trecho acidentado. Ideal para quem precisa chegar mais rápido no trabalho, é legal por que possui aros 700 e os pneus slick não tão finos o que faz dela uma bicicleta perfeita para deslocamentos urbanos no brasil, inclusive para idosos.
Acima de R$ 10.000,00 reais
Um modelo de bike elétrica rápida. Boa para aqueles que gostam de pedalar em uma posição de conforto todos os dias de casa para o trabalho. Sem suar. Este bike possui um câmbio Shimano Deore de dez marchas, roda aro 700C e sua bateria é carregada na tomada (em 3h30). Tem freio a disco hidráulico dianteiro e traseiro.
Recomendamos o uso de equipamentos de segurança tais como capacete e sinalizadores luminosos! A brasileira velo criou uma capa de chuva com design bacana, que garante conforto boa para o uso urbano e para entregas (R$ 430)
Obs: A questão do preço é bem complicada. Hoje no Brasil, 60% do valor de cada bicicleta é imposto e para nós da Camelo Urbano imposto é roubo. Enquanto as várias propostas de IPI zero para as bicicletas nunca foram votadas, o governo pretende lançar o programa automotivo Rota 2030, que prevê a concessão de benefício tributário para ajudar a indústria automobilística nos tempos de vacas magras. O mesmo deveria ser feito com as bicicletas, para incentivar a prática do ciclismo e mais venda de bicicleta.
No Brasil, bicicleta é taxada como álcool. Bem alto porque meio que o governo não dá tanto apoio às magrelas. E as bicicletas internacionais são ultrataxadas, tornando a opção nacional a única viável. Só que com a pouca concorrência, a qualidade cai. O resultado é: somos mal servidos de bicicletas nacionais e a indústria cicloviária brasileira nunca alcança status para concorrer lá fora.
No mundo todo, medidas políticas estão sendo adotadas para incentivar o ciclismo através da redução de impostos. Medidas como estas se espalham pelo mundo e o Brasil não pode ficar para trás. Temos que ter bicicletas mais baratas, de melhor qualidade e com todo o tipo de isenção fiscal. Já passou da hora das pessoas saberem que podem ser muito independentes na questão do transporte, usando apenas uma bicicleta. E precisamos superar esse amor platônico pelo carro. O carro não figura no futuro, tampouco a bicicleta é um simples artigo de lazer. A bicicleta precisa começar a ser vista como transporte nesse país.
Uma solução viável pode ser vista no Reino Unido. Lá, o governo britânico, preocupado em diminuir os congestionamentos e aumentar a saúde da população, instituiu um esquema de vendas de bicicleta conjunto entre empregadores e funcionários. Ele se chama Cycle to Work, que beneficia aqueles usando a bibicleta para ir ao trabalho com preços menores e descontos nos imposto. Funciona da seguinte maneira: a empresa compra a bicicleta de um distribuidor registrado no programa, cujo valor dos impostos sobre o produto pode ser restituído como incentivo fiscal. Assim, o valor da bicicleta, descontado dos impostos, é parcelado ao funcionário em determinadas prestações, cujo valor da parcela também é isenta do Imposto de Renda. Ao fim das parcelas, o funcionário pode “comprar” a bicicleta por um valor simbólico. Com isto, o funcionário compra a bike por um valor muito menor do que nas lojas, um grande incentivo para que use a bicicleta como meio de transporte.
Já no final dos anos 80, Charles Landry nos falava sobre a cidade criativa. Ora, esse conceito mais pra frente iria ser usado exaustivamente por vários políticos do mundo em sua busca ambiciosa por repaginar cidades inteiras. Basicamente, o conceito tem por fundamento pensar soluções viáveis para problemas urbanos tidos em outros momentos como intratáveis. É o caso de regiões inteiras em cidades como o Rio que eram vistas como empoeiradas e sem função. Exemplo prático: o novo Porto do Rio. Ou até o Porto Madero em Buenos Aires. Landry foi o idealizador do boom de “revitalizações” que se vê por aí hoje em dia. Ou seja, ele nos ajudou a repensar formas de planejar e organizar cidades.
Logo esse pensamento evoluiu para algo mais abrangente. Afinal, essa onda de restauros muitas vezes resultava de manobras políticas que em nada tinha a ver com o bem-estar da população. Landry começou a falar em uma cidade para todos, isto é, uma cidade inclusiva que se desenvolve por vários vetores. Uma cidade que não atende aos interesses de parcelas pequenas. E em todas essas equações, a bicicleta sempre figurava como elemento central. Exatamente por ela ser democrática, rápida, saudável e extremamente limpa.
A bicicleta ficou estampada no futuro de qualquer cidade que quisesse ser autônoma, moderna e que quisesse superar problemas atávicos de décadas. Em outras palavras, cidades para pessoas. Um exemplo de Cidade para todos é São Paulo, cuja Avenida Paulista acaba de completar 126 anos. E essa via é, por si só, um exemplo de inovação e de cidade pensada no fator humano.
Porém, como nos fala Phil Tinn, essa prerrogativa sempre esbarrou na predileção inegável das pessoas pelo carro. O carro é visto como elemento de status e independência. Algo a se almejar. Um bem quase do tamanho de uma casa. Mesmo em soluções mais positivas, menos poluentes, como é o caso do Uber Pool, é o carro que está lá solucionando nossos problemas. O ideal seria fazer uma transição para meios não-motorizados, mas essa opção fica de fato inviável quando falamos em transporte de massa. Nesse caso, apenas o transporte público dá conta e o mais usado deles sempre foi o ônibus. Ou seja, a solução está no carro de novo.
Em pesquisas realizadas em diversas cidades sobre o porquê de continuar usando carro, muitas vezes a resposta era bem simples: o carro é uma ótima opção. Não há nenhum motivo para usar o transporte público. Isso nos faz pensar que para atingir a meta desejável dentro de uma lógica “para todos”, ou seja, fazer com que a população utilize o ônibus, esse ônibus precisa ser de altíssima qualidade. Você tem que de fato considerar o transporte público dada a sua superioridade técnica em relação ao carro. É nesse caminho que os políticos precisam pensar para de fato obter uma cidade para todos.
Esse texto, na verdade, é uma denúncia. Necessária e providencial, visto que estamos a poucos meses do Velo City, que será sediado aqui no Rio. O que esperar de uma cidade que vai abrigar um evento de tamanha importância para o universo da bicicleta? Bom, o exato oposto do que está acontecendo agora.
Em 2017, a malha cicloviária, pela primeira vez em 9 anos, não cresceu. Na verdade, até diminuiu, por assim dizer, devido ao esburacamento que é perceptível em várias ciclovias e ciclofaixas da cidade. Sem falar das ciclofaixas super desbotadas em Botafogo e no Humaitá, o que acaba fazendo com que os transeuntes mal reconheçam que aquilo é uma ciclofaixa. Ora, se uma prefeitura não se digna nem a aumentar as ciclovias de sua cidade, ao menos que se preocupe com a sua manutenção, mas nem isso está acontecendo. Já tivemos investimento de quase R$30 milhões nesse campo. Em 2017, o valor orçado foi de irrisórios R$3 mil! Isso não é nada. Com essa importância, não dá nem pra pintar uma calçada.
Investigações atualizadas afirmam que o Rio tem uma malha de ciclofaixas de 420 km, sendo que outrora já afirmaram que era de 450. Qualquer um dos valores é muito pouco, muito vestigial se você comparar com outras cidades que estão investindo em mobilidade alternativa. E pelo andar da carruagem, esse número não vai aumentar pelos próximos 4 anos, pelo menos. Estamos vivendo um drama parecido com o das pré-olimpíadas, já que o Velo City é tipo uma Olimpíada no mundo da bike.
Em tempos como esse, parece até meio fora de lugar falar em um plano político que conecte as ciclovias existentes, tornando-as mais eficientes. Um governo que congelou os investimentos nesse setor certamente não se preocupa com mobilidade inteligente. O Itaú já fechou parceria com a Tembici para modernizar nossas laranjinhas, que, cá pra nós, estão caquéticas. A ideia é trazer tecnologia específica de sistemas de compartilhamento para o Rio e tudo já está acertado. Só falta a canetada do prefeito, que não se mexe. Ele parece estar esperando até o último segundo para resolver essas questões, o que é um comportamento bem reprovável e perigoso. Esse prefeito está muito mais preocupado em acumular milhas do que resolver as pendengas da cidade. No final, ele só acumula dor de cabeça e quem paga o pato é a população carioca. Isso sem falar na operação Cadeia Velha e seus caciques que só sabem afundar mais a situação do transporte no Rio de Janeiro.
É, meus caros, está cada vez mais difícil ser portador de boas notícias para a nossa cidade.
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