Arquivo mensal dezembro 2017

porLucas Pavel

PEQUENA REFLEXÃO SOBRE O CARROCENTRISMO

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Como já levantamos outras vezes aqui, muitos são os recursos e, consequentemente, o espaço destinado aos carros na vida urbana pública de nossas cidades. Essa é uma realidade espalhada basicamente por todos os lugares do globo. Mas essa supremacia carrocêntrica fatalmente não se converte em efetividade. Isso porque 70% das pessoas andam a pé, ônibus ou até bike nas grandes cidades. Ou seja, gerar tanto espaço para carros é extremamente excludente. É dar a uma fatia pequena da população o filé mignon das nossas ruas.

Uma solução imediata é criar espaços maiores para os maiores usuários da rua, o que significa criar mais faixas exclusivas para ônibus, mais ciclovias, parques, aumentar calçadas. Esse é o caminho. Mas não só. Você precisa de infraestrutura e manutenção. E, principalmente, de um projeto sistemático que foque nesse setor da sociedade e atenda seus interesses com o olhar no longo prazo. Precisamos definir que ruas são do carro, do ônibus, do pedestre, do ciclista e se certificar que todos estão sendo incluídos de acordo com a importância que desempenham na sociedade. Precisamos melhorar a experiência do pedestre.

Como nos diz a ex-prefeita de Santiago (Chile), Carolina Tohá, nenhum meio de transporte por si só é a solução. O metrô, por exemplo, constantemente é citado como meio de transporte mais prático, por ser rápido e não ocupar espaço do trânsito. Mas eles são lentos e bem caros em sua construção. Nem todo dinheiro do mundo consegue fazer um metrô andar mais rápido do que precisa. E nem todas as áreas de uma cidade comportam o metrô. Sem contar que ele não atende diretamente a todos. As pessoas que moram no espaço entre as estações precisam pegar ônibus, bike, ou caminhar para completar a viagem, a chamada “última milha”. O ideal é que todos os meios de transporte trabalhem juntos e harmonicamente em prol da sociedade.

A redução do espaço do carro nas ruas sempre encontrará resistência por diversas partes, afinal a cultura do carro está enraizada em nossas mentes. Mas ela precisa ser urgentemente repensada.

Axé!

 

porLucas Pavel

Bicicletas para o Ciclismo Urbano 2018

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Melhores bicicletas urbanas disponíveis no mercado brasileiro:

Abaixo de 1000,00 reais

  1.         A) Houston Onix VB 26  R$ 599.90 (quadro para mulheres)             

Um modelo de bicicleta clássica e tradicional com o maior bagageiro da categoria, a Onix é cheia de estilo e oferece ainda um cesto frontal o que torna esta bicicleta muito utilizada pela mulher para se dirigir ao trabalho, a praia, ou mercado.

Acima de 1000,00 reais

  1.         B) Anthon & Antonella 26

Um modelo de bicicleta urbano-utilitária da Nathor é perfeita para deslocamentos urbanos, como meio de transporte, tem várias opções de cores e os pneus são slick não tão finos o que faz dela uma bicicleta especialmente desenvolvida para ser usada nas ruas do Brasil. Seu grande diferencial é o câmbio interno Nexus 3, onde o câmbio fica dentro do cubo proporcionando maior leveza na troca de marchas, evitando exposição à sujeiras e reduzindo a necessidade de manutenção constantes. (quadro unissex parecido com os modelos utilizados na Holanda).

  1.        C) Flow One990,00 reais

Um modelo de bicicleta que possui um bagageiro, além de um incrível sistema de amortecimento no selim. É uma bicicleta para a mulher descobrir uma nova maneira de pedalar todos os dias do trabalho para casa com muito conforto e parecida com os modelos utilizados na Holanda.

Acima de R$ 5000,00 reais

  1.            D) VELA 1 R$ 5.399,00

Um modelo de bike elétrica idealizada para atender o ciclista que vai percorrer um trecho acidentado. Ideal para quem precisa chegar mais rápido no trabalho, é legal por que possui aros 700 e os pneus slick não tão finos o que faz dela uma bicicleta perfeita para deslocamentos urbanos no brasil, inclusive para idosos.

Acima de R$ 10.000,00 reais

  1.             E) Specialized Turbo Vado0 R$ 24.990,00

Um modelo de bike elétrica rápida. Boa para aqueles que gostam de pedalar em uma posição de conforto todos os dias de casa para o trabalho. Sem suar. Este bike possui um câmbio Shimano Deore de dez marchas, roda aro 700C e sua bateria é carregada na tomada (em 3h30). Tem freio a disco hidráulico dianteiro e traseiro.

Recomendamos o uso de equipamentos de segurança tais como capacete e sinalizadores luminosos! A brasileira velo criou uma capa de chuva com design bacana, que garante conforto boa para o uso urbano e para entregas (R$ 430)

Obs: A questão do preço é bem complicada. Hoje no Brasil, 60% do valor de cada bicicleta é imposto e para nós da Camelo Urbano imposto é roubo. Enquanto as várias propostas de IPI zero para as bicicletas nunca foram votadas, o governo pretende lançar o programa automotivo Rota 2030, que prevê a concessão de benefício tributário para ajudar a indústria automobilística nos tempos de vacas magras. O mesmo deveria ser feito com as bicicletas, para incentivar a prática do ciclismo e  mais venda de bicicleta.

No Brasil, bicicleta é taxada como álcool. Bem alto porque meio que o governo não dá tanto apoio às magrelas. E as bicicletas internacionais são ultrataxadas, tornando a opção nacional a única viável. Só que com a pouca concorrência, a qualidade cai. O resultado é: somos mal servidos de bicicletas nacionais e a indústria cicloviária brasileira nunca alcança status para concorrer lá fora.

No mundo todo, medidas políticas estão sendo adotadas para incentivar o ciclismo através da redução de impostos. Medidas como estas se espalham pelo mundo e o Brasil não pode ficar para trás. Temos que ter bicicletas mais baratas, de melhor qualidade e com todo o tipo de isenção fiscal.  Já passou da hora das pessoas saberem que podem ser muito independentes na questão do transporte, usando apenas uma bicicleta. E precisamos superar esse amor platônico pelo carro. O carro não figura no futuro, tampouco a bicicleta é um simples artigo de lazer. A bicicleta precisa começar a ser vista como transporte nesse país.

Uma solução viável pode ser vista no Reino Unido. Lá, o governo britânico, preocupado em diminuir os congestionamentos e aumentar a saúde da população, instituiu um esquema de vendas de bicicleta conjunto entre empregadores e funcionários. Ele se chama Cycle to Work, que beneficia aqueles usando a bibicleta para ir ao trabalho com preços menores e descontos nos imposto. Funciona da seguinte maneira: a empresa compra a bicicleta de um distribuidor registrado no programa, cujo valor dos impostos sobre o produto pode ser restituído como incentivo fiscal. Assim, o valor da bicicleta, descontado dos impostos, é parcelado ao funcionário em determinadas prestações, cujo valor da parcela também é isenta do Imposto de Renda. Ao fim das parcelas, o funcionário pode “comprar” a bicicleta por um valor simbólico. Com isto, o funcionário compra a bike por um valor muito menor do que nas lojas, um grande incentivo para que use a bicicleta como meio de transporte.

porLucas Pavel

CIDADE PARA TODOS

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Já no final dos anos 80, Charles Landry nos falava sobre a cidade criativa. Ora, esse conceito mais pra frente iria ser usado exaustivamente por vários políticos do mundo em sua busca ambiciosa por repaginar cidades inteiras. Basicamente, o conceito tem por fundamento pensar soluções viáveis para problemas urbanos tidos em outros momentos como intratáveis. É o caso de regiões inteiras em cidades como o Rio que eram vistas como empoeiradas e sem função. Exemplo prático: o novo Porto do Rio. Ou até o Porto Madero em Buenos Aires. Landry foi o idealizador do boom de “revitalizações” que se vê por aí hoje em dia. Ou seja, ele nos ajudou a repensar formas de planejar e organizar cidades.

Logo esse pensamento evoluiu para algo mais abrangente. Afinal, essa onda de restauros muitas vezes resultava de manobras políticas que em nada tinha a ver com o bem-estar da população. Landry começou a falar em uma cidade para todos, isto é, uma cidade inclusiva que se desenvolve por vários vetores. Uma cidade que não atende aos interesses de parcelas pequenas. E em todas essas equações, a bicicleta sempre figurava como elemento central. Exatamente por ela ser democrática, rápida, saudável e extremamente limpa.

A bicicleta ficou estampada no futuro de qualquer cidade que quisesse ser autônoma, moderna e que quisesse superar problemas atávicos de décadas. Em outras palavras, cidades para pessoas. Um exemplo de Cidade para todos é São Paulo, cuja Avenida Paulista acaba de completar 126 anos. E essa via é, por si só, um exemplo de inovação e de cidade pensada no fator humano.

Porém, como nos fala Phil Tinn, essa prerrogativa sempre esbarrou na predileção inegável das pessoas pelo carro. O carro é visto como elemento de status e independência. Algo a se almejar. Um bem quase do tamanho de uma casa. Mesmo em soluções mais positivas, menos poluentes, como é o caso do Uber Pool, é o carro que está lá solucionando nossos problemas. O ideal seria fazer uma transição para meios não-motorizados, mas essa opção fica de fato inviável quando falamos em transporte de massa. Nesse caso, apenas o transporte público dá conta e o mais usado deles sempre foi  o ônibus. Ou seja, a solução está no carro de novo.

Em pesquisas realizadas em diversas cidades sobre o porquê de continuar usando carro, muitas vezes a resposta era bem simples: o carro é uma ótima opção. Não há nenhum motivo para usar o transporte público. Isso nos faz pensar que para atingir a meta desejável dentro de uma lógica “para todos”, ou seja, fazer com que a população utilize o ônibus, esse ônibus precisa ser de altíssima qualidade. Você tem que de fato considerar o transporte público dada a sua superioridade técnica em relação ao carro. É nesse caminho que os políticos precisam pensar para de fato obter uma cidade para todos.

porLucas Pavel

A GRAVE CRISE CICLOVIÁRIA DO RIO

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Esse texto, na verdade, é uma denúncia. Necessária e providencial, visto que estamos a poucos meses do Velo City, que será sediado aqui no Rio.  O que esperar de uma cidade que vai abrigar um evento de tamanha importância para o universo da bicicleta? Bom, o exato oposto do que está acontecendo agora.

Em 2017, a malha cicloviária, pela primeira vez em 9 anos, não cresceu. Na verdade, até diminuiu, por assim dizer, devido ao esburacamento que é perceptível em várias ciclovias e ciclofaixas da cidade. Sem falar das ciclofaixas super desbotadas em Botafogo e no Humaitá, o que acaba fazendo com que os transeuntes mal reconheçam que aquilo é uma ciclofaixa. Ora, se uma prefeitura não se digna nem a aumentar as ciclovias de sua cidade, ao menos que se preocupe com a sua manutenção, mas nem isso está acontecendo. Já tivemos investimento de quase R$30 milhões nesse campo. Em 2017, o valor orçado foi de irrisórios R$3 mil! Isso não é nada. Com essa importância, não dá nem pra pintar uma calçada.

Investigações atualizadas afirmam que o Rio tem uma malha de ciclofaixas de 420 km, sendo que outrora já afirmaram que era de 450. Qualquer um dos valores é muito pouco, muito vestigial se você comparar com outras cidades que estão investindo em mobilidade alternativa. E pelo andar da carruagem, esse número não vai aumentar pelos próximos 4 anos, pelo menos. Estamos vivendo um drama parecido com o das pré-olimpíadas, já que o Velo City é tipo uma Olimpíada no mundo da bike.

Em tempos como esse, parece até meio fora de lugar falar em um plano político que conecte as ciclovias existentes, tornando-as mais eficientes. Um governo que congelou os investimentos nesse setor certamente não se preocupa com mobilidade inteligente. O Itaú já fechou parceria com a Tembici para modernizar nossas laranjinhas, que, cá pra nós, estão caquéticas. A ideia é trazer tecnologia específica de sistemas de compartilhamento para o Rio e tudo já está acertado. Só falta a canetada do prefeito, que não se mexe. Ele parece estar esperando até o último segundo para resolver essas questões, o que é um comportamento bem reprovável e perigoso. Esse prefeito está muito mais preocupado em acumular milhas do que resolver as pendengas da cidade. No final, ele só acumula dor de cabeça e quem paga o pato é a população carioca. Isso sem falar na operação Cadeia Velha e seus caciques que só sabem afundar mais a situação do transporte no Rio de Janeiro.

É, meus caros, está cada vez mais difícil ser portador de boas notícias para a nossa cidade.

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