Arquivo mensal janeiro 2017

porLucas Pavel

O calor

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Morar no Rio de Janeiro em suas primeiras semanas de verão é lembrar que às vezes a cidade pode ser bem pouco maravilhosa. Como os cariocas gostam de dizer, o maçarico fica ligado. Sim, é exatamente essa sensação de queimação, de pernas assadas, de sonos suados e ruins…

Cariocas, convivem com a realidade do aquecimento global de perto. Os dez primeiros dias de janeiro no Rio foi chapa quente. O centro da cidade parece o Deserto do Saara. Não é à toda que os vendedores das praias vão para o trabalho de túnica feito árabe mesmo.

E o ciclista, onde ele se encaixa nesse calor? Bom, pergunta delicada. Lógico que estar em movimento, fazer atividade física no verão pode ser desconfortável. Mas o ciclista tem a vantagem de não passar pelo maior desconforto que todo cidadão carioca já viveu, ou seja, o temido choque térmico. Não há nada pior do que você estar no seu confortável ar condicionado divino e ter que enfrentar lufadas de fogo no rosto numa questão de segundos. O ciclista tem a possibilidade de vivenciar mudanças menos bruscas de temperatura e ainda tem a compensação mais agradável que poucos conseguem. Nada pode ser melhor que tomar uma chuveirada bem gelada depois de uma pedalada.

Aproveite o verão e continue pedalando pela cidade. Afinal, pedalar é viver a cidade em todas as suas particularidades.

porLucas Pavel

O Papel da Indústria do Automóvel na Vida e na Mobilidade Urbana

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Diretor da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo Ciclocidade, Daniel Guth

Nós somos o limite de onde conseguimos chegar. Metrópoles como Roma já funcionaram com um quilômetro quadrado muito pequeno. E funcionavam bem. Com vendedores de rua, músicos, mendigos, com pessoas na rua.

Esse cenário mudou quando as cidades começaram a crescer. Cidades, assim como tudo na vida, estão em constante mudança. A forma urbana vai ganhando novos contornos conforme as sociedades vão evoluindo. E acompanhando esse processo está a mobilidade urbana.

Chegaram os carros, os shopping centers (com sua proposta de praticidade), e o cinema americano sempre nos dizendo que era bem-sucedido andar de carro. O carro era a única forma de dar conta desse crescimento espontâneo das cidades.

Esse processo trouxe para os centros urbanos o que muitos chamam de verticalização, que consiste na criação de prédios gigantes para abrigar escritórios e milhares de trabalhadores. E os habitantes da cidade começaram a se deslocar para as periferias. Não havia mais espaço para morar ali. As cidades ficaram todas com essa estrutura padrão.

A urbanização foi um processo necessário, orgânico, que foi ganhando espaço porque historicamente aquele era o momento de acontecer. No entanto, esse caminho aos poucos começou a ser revisitado e questionado quando as pessoas deixaram de viver as cidades. Começou um processo chamado carrocentrismo.

O carrocentrismo é a percepção de que o uso demasiado de carros retirou o aspecto humano das cidades. O carro, com seu insulfilm e ar condicionado, isola. Seres humanos param de ter contato com seres humanos. Eles não saem mais do seu carro, vão para o trabalho e voltam, mas não têm a experiência urbana.

Como reverter esse processo? Usando a bicicleta. A bicicleta, por costurar o trânsito, por te tirar da blindagem do carro, faz você ver as pessoas de novo. Você percebe um monumento nunca antes notado, conhece pessoas, faz amigos. Para que o movimento de transição para a bicicleta seja possível, a rua precisa ser convidativa. Ou seja, de nada adianta entendermos que as ruas precisam ser habitadas se não há uma infraestrutura cicloviária que permita essa transição.

Estudos mostram que 80% das viagens que se fazem em solo urbano são de casa para trabalho/escola e vice-versa. Muito pouco são viagens grandes que demandam um carro. Ou seja, esses trajetos poderiam ser enxugados em transportes eficientes e uma estrutura viária que seja mais igualitária para motoristas, ciclistas e transeuntes.

porLucas Pavel

Ciclovoluntariado

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A inspiração dessa semana nos leva até o trabalho da Pedal Voluntário, sediada em São Paulo e fundada em setembro de 2012. O trabalho desenvolvido por essa ONG é bastante louvável e chama a atenção pela simplicidade. A cada dois meses, os membros da Pedal analisam as necessidades de uma determinada ONG e fazem um belo trabalho de arrecadação. Os produtos arrecadados são levados até à ONG via bicicleta pelos membros e colaboradores envolvidos. Para participar, basta mostrar interesse e começar a ajudar.

Não paga nada.

A Pedal Voluntário conta com o apoio fixo do Hotel Intercontinental em São Paulo e alguns eventuais colaboradores. Ela foi fundada por Lilian Frazão, que é ciclista, meia maratonista e editora, em conjunto com Debora Wills, fotógrafa e ciclista.

porLucas Pavel

Exemplo de ciclista

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Depois dessa história, não tem como você dizer que não tem pique de pedalar. Estamos falando de Robert Marchand, o francês de 105 anos que fez 22,547 quilômetros em uma hora numa pista de velódromo.

Centenas de espectadores aplaudiram o desempenho do ciclista centenário, mas ele afirmou que não foi ao velódromo para ser campeão. Ele na verdade queria provar que um homem de mais de 100 anos ainda consegue pedalar. E de quebra o cara conseguiu bem mais que isso.

Qual é o segredo do nosso campeão? Uma dieta rica em frutas e vegetais, pouca carne e apenas um café. E, lógico, uma hora de treino de bicicleta por dia. Fica a dica.

porLucas Pavel

Faixa de pedestres brilhante

Nem só de tristezas foi feito 2016. No final do ano passado, mais especificamente em novembro, foi inaugurada (gratuitamente) em Brummen, Países Baixos uma faixa de pedestres luminosa que brilha no escuro.

A ideia é fazer com que motoristas consigam continuar enxergando os pedestres mesmo quando há pouca luz, ou seja, durante a noite. A instalação da faixa foi pensada durante 12 meses e colocada em lugares considerados de risco, ou seja, onde circulam muitas crianças e idosos.

porLucas Pavel

A Camisa Que Pisca

ravelin-12A startup de São Francisco Ravelin trouxe uma novidade que pretende acabar com um problema comum para o ciclista urbano: o que vestir.

A camisa reflexiva criada por eles tem por objetivo fazer com que o ciclista possa andar na beca para o trampo sem perder em segurança. Se um carro acende o farol contra a pessoa, a camisa brilha, sinalizando onde o ciclista está.

O produto conta ainda com um material corta-vento na parte de trás e da frente da camisa e um tecido mais leve nas axilas, local de alta produção de calor.

porLucas Pavel

CRÔNICA DE UM ANTICARROCRATA

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Aprendi a andar de bicicleta aos 12 anos. Passei por todo aquele circuito clássico da infância: põe rodinha, tira rodinha, come terra, se estabaca no chão, volta ralado pra casa, briga com meninos mais velhos do condomínio. No meu caso, pedalar era quase uma necessidade médica. Eu era bem gordinho, precisava perder peso urgente. A bicicleta parecia ser a única opção.

Minha mãe me seguia de carro no caminho para escola. Ela queria ter certeza que eu saberia me comportar e me virar no trânsito andando de magrela. Eu tinha tudo para não gostar de pedalar, afinal essa marcação cerrada era bem broxante. Mas quando você é pequeno e não pode pegar um carro, a bicicleta é seu único meio de transporte autônomo. É libertador. É só sentar no banco e ir.

E eu fui. Aos 16, já estava bem mais confortável com meu meio de transporte, mas a obesidade ainda me perseguia. Ainda tinha peso a perder e as pizzas e hambúrgueres da escola não ajudavam nesse processo. As escolas querem te educar da melhor forma possível, mas te deseducam na mesma medida.

Aos poucos fui percebendo que andar de bicicleta tinha se tornado o meu jeito de estar no mundo. Se eu parasse, eu tombava. Era minha meditação e minha academia. Corpo & mente numa tacada só. Fui espalhando a ideia entre meus amigos, mostrando que era um movimento possível, ajudando-os a comprar suas próprias bicicletas. Ao entrar na juventude, meu pai me ofereceu um carro e eu recusei solenemente. A carrocracia não combinava comigo.

Hoje em dia, vou ao trabalho todos os dias de bicicleta. Mesmo sendo longe de onde eu moro, eu pego minha bike, dobro, coloco embaixo do braço e completo o trecho de ônibus. Vou de bike para todos os cantos. Balada, barzinho, nascimento de filho de amigo, enterro, churrasco, passeata. Tudo.

A bicicleta me permite conhecer a cidade de uma forma que pessoas motorizadas não alcançam. Conheço estátuas que você nunca viu, falo com pessoas que você nunca imaginou existirem, conheço outras cidades melhor do que seus moradores, ângulos que você não percebeu porque estava muito preocupado com o que está na frente do seu para-brisa.

porLucas Pavel

Transporte Ativo

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A partir dessa semana, a Camelo Urbano vai destacar nomes de organismos ligados ao movimento da bike que nos inspiraram e nos inspiram desde que começamos. Acreditamos que é sempre bacana divulgar e relembrar o trabalho de pessoas que acreditam na bicicleta e fazem ela acontecer nas cidades.

Para começar, vamos falar dela, a Transporte Ativo, e o protagonismo do Zé Lobo. Vale destacar que o trabalho deles começou em 2003, quando o assunto bike nem era modinha. Mas esses caras perceberam que existia uma grande lacuna a ser preenchida. Até existiam movimentos, ainda que vestigiais, no sentido de trazer a bicicleta para a vida dos brasileiros, mas eles eram mal coordenados. E o pior: não existia uma preocupação em educar os cidadãos. Obras eram feitas, ciclovias eram construídas, mas os habitantes da cidade não eram informados do que estava acontecendo, tampouco eram educados para usar essas ciclovias. Foi aí que a TA surgiu.

Já que havia tanta inércia e pouca vontade política pra educar a população, os membros da TA começaram a arregaçar as mangas e criar cartilhas, mensurar a quantidade de pessoas que andavam de bicicleta no Rio, lutar por mais ciclovias…

porLucas Pavel

As cidades são para as pessoas ou para os carros?


O vídeo é um panorama das ruas e como elas deixaram de ser um lugar das pessoas para serem dominadas por carros. E como algumas cidades, como Amsterdã, fizeram todo um movimento para devolver as ruas para as pessoas.

porLucas Pavel

As cidades do futuro (ou o futuro das cidades)?

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Ciclovia futurista da Polônia: ela brilha no escuro

A gente tem o hábito de achar que o futuro é algo inalcançável, intangível, mas alguns futuros são mais próximos que outros. Para muitas cidades no mundo, o futuro já chegou. E em muitas outras, o futuro é uma necessidade urgente.

Estamos destruindo aos poucos o nosso planeta. A chamada modernização veio de mãos dadas com a urbanização e para dar conta de tanto crescimento, precisamos de dois ingredientes fatais: ruas e carros. Existem no mundo cerca de 700 milhões de automóveis. Em alguns países, como os Estados Unidos, há um carro para cada habitante e a situação não é muito diferente na Europa.

Resultado: congestionamentos astronômicos nas cidades e poluição atmosférica em todo o mundo. A gasolina e o óleo diesel, principais combustíveis dos carros, têm suas impurezas levadas para a atmosfera.

Existem algumas formas alternativas para tentar burlar esse problema. Uma ideia que está ganhando bastante força são os carros elétricos, uma solução limpa, porém com algumas desvantagens. A energia elétrica não consegue dar ao carro muita autonomia, tendo que ser recarregada rápido. Ou seja, funciona melhor em cidades onde a quilometragem rodada é pequena. Outro inconveniente é que em alguns países a eletricidade é gerada por combustíveis fósseis, ou seja, gerando a poluição que se quer evitar. Só funcionaria em países cuja eletricidade é de matriz hidrelétrica, como o Brasil.

Pensar na infraestrutura das bicicletas é dialogar com o futuro. Não tem como olhar para frente sem pensar nelas. Elas são limpas, ajudam a desafogar o trânsito, baratas. São a transformação que cidades que já vivem no futuro – como Amsterdã – já tinham pensado 40 anos atrás.

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