Nós somos o limite de onde conseguimos chegar. Metrópoles como Roma já funcionaram com um quilômetro quadrado muito pequeno. E funcionavam bem. Com vendedores de rua, músicos, mendigos, com pessoas na rua.
Esse cenário mudou quando as cidades começaram a crescer. Cidades, assim como tudo na vida, estão em constante mudança. A forma urbana vai ganhando novos contornos conforme as sociedades vão evoluindo. E acompanhando esse processo está a mobilidade urbana.
Chegaram os carros, os shopping centers (com sua proposta de praticidade), e o cinema americano sempre nos dizendo que era bem-sucedido andar de carro. O carro era a única forma de dar conta desse crescimento espontâneo das cidades.
Esse processo trouxe para os centros urbanos o que muitos chamam de verticalização, que consiste na criação de prédios gigantes para abrigar escritórios e milhares de trabalhadores. E os habitantes da cidade começaram a se deslocar para as periferias. Não havia mais espaço para morar ali. As cidades ficaram todas com essa estrutura padrão.
A urbanização foi um processo necessário, orgânico, que foi ganhando espaço porque historicamente aquele era o momento de acontecer. No entanto, esse caminho aos poucos começou a ser revisitado e questionado quando as pessoas deixaram de viver as cidades. Começou um processo chamado carrocentrismo.
O carrocentrismo é a percepção de que o uso demasiado de carros retirou o aspecto humano das cidades. O carro, com seu insulfilm e ar condicionado, isola. Seres humanos param de ter contato com seres humanos. Eles não saem mais do seu carro, vão para o trabalho e voltam, mas não têm a experiência urbana.
Como reverter esse processo? Usando a bicicleta. A bicicleta, por costurar o trânsito, por te tirar da blindagem do carro, faz você ver as pessoas de novo. Você percebe um monumento nunca antes notado, conhece pessoas, faz amigos. Para que o movimento de transição para a bicicleta seja possível, a rua precisa ser convidativa. Ou seja, de nada adianta entendermos que as ruas precisam ser habitadas se não há uma infraestrutura cicloviária que permita essa transição.
Estudos mostram que 80% das viagens que se fazem em solo urbano são de casa para trabalho/escola e vice-versa. Muito pouco são viagens grandes que demandam um carro. Ou seja, esses trajetos poderiam ser enxugados em transportes eficientes e uma estrutura viária que seja mais igualitária para motoristas, ciclistas e transeuntes.
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