Arquivo mensal fevereiro 2015

porLucas Pavel

Camelo Urbano Reflexões: O papel da bicicleta para a mobilidade urbana e a inclusão social – Parte 3/3

Um breve roteiro para o planejamento

Parte3_destacada

O planejamento de um sistema cicloviário, em função do grau de inovação, deve antes de qualquer coisa levar em conta os seguintes conceitos desenvolvidos a partir da abordagem ambiental em função da escassez energética e da poluição.

Transversalidade: Um Programa dessa ordem deve ser amarrado, no caso de uma prefeitura além do gestor de transporte e trânsito no mínimo as secretarias de educação em função de programas de pilotagem defensiva, de saúde e de esportes em função de programas de condicionamento físico, alimentação adequada e de comunicação.

Sustentabilidade: Um programa desse tipo que agrega valores em termos de qualidade de vida tem que ser desenvolvido na sua implantação a partir da visão do ganho que a cidade terá em termos de redução da poluição e de uma matriz energética dos transportes com menor impacto no que diz respeito a combustível fóssil.

Também deve ser a possibilidade de um programa desse tipo se viabilizar financeiramente através de parcerias dentro da ótica da responsabilidade social, bem como através de unidades estratégicas de negócios como o bicicletário de Mauá (São Paulo) junto à estação da CPTM e operado, através de terreno cedido à título precário para uma associação de ciclistas. Hoje esse bicicletário recebe 800 bicicletas/dia a um custo por parte do usuário de R$ 7,00 / mês.

Controle social: É a participação da população, os ciclistas e a sociedade em geral a partir da capacitação de agentes multiplicadores que garantem o êxito de um programa com um grau de inovação tão grande como esse.

Esses são os pressupostos que garantirão a capacidade política de um programa como esse.

Ao mesmo tempo parte-se para o levantamento:

  • Do sistema viário;
  • Do sistema de transportes;
  • Dos pólos geradores de viagens.

A partir desse levantamento e da estimativa da população a ser atendida realizar um programa de pesquisas quantitativas e qualitativas, para finalmente definir o Programa Cicloviário em termos de formas de circulação (ciclovias, ciclofaixas e circulação partilhada), formas de sinalização (vertical, horizontal e semafórica), formas de estacionamentos (bicicletários e paraciclos) formas de identificação (marcas e cores) e sua área de abrangência.

Modelo de Gestão

O modelo de gestão de um Programa cicloviário deve ser ao mesmo tempo representativo e enxuto. Representativo no sentido de envolver elementos da transversalidade já citada, e enxuto no sentido de apresentar uma agilidade de implantar as medidas necessárias em termos de projetos e atividades e negociar com a iniciativa privada a implantação de unidades estratégicas de negócios como bicicletários e publicidade em mídias predefinidas nos mobiliários urbanos inerentes a um sistema cicloviário e a todo material impresso e eletrônico fundamental ao êxito de um programa desse tipo, sendo possível, no limite final, delegar essa gestão até para associações de ciclistas usuários desse sistema cicloviário.

A bicicleta e os cenários futuros

O posicionamento da bicicleta no futuro será conseqüência da opção do modelo de desenvolvimento que a sociedade brasileira escolher.

Existem três prováveis cenários que podem ser desenhados no futuro, sendo o primeiro:

Um cenário chamado padrão americano em que o mercado dita as regras onde existe uma preponderância do transporte individual (automóvel) sobre o coletivo, os investimentos são maiores no sistema viário que em transportes de massa definindo, como síntese urbana, cidades mais espalhadas com custos de transportes mais caros., nesse cenário a bicicleta terá no lazer seu mais forte apelo principalmente nas camadas mais altas de renda, para os menos afortunados ela terá seu forte apelo no transporte.

Um outro cenário principalmente em lugares de desenvolvimento apresenta -se em uma larga utilização da motocicleta e o transporte público é desregulamentado e atendido por operadores autônomos que, em muitos casos são ligados à atividades ilícitas.

Nesse cenário de cada um por si (Brasil), a bicicleta será utilizada de uma forma semelhante ao cenário americano, os mais ricos como lazer/esporte e os mais pobres como transporte, só que com risco maior até em função da situação de caos que é a visão de um cenário como este.

Um terceiro cenário – um cenário europeu – em que prevalece a preocupação social também em relação aos transportes com uma redistribuição de renda mais justa em que todas as políticas publicas são voltadas para o homem, à qualidade de vida e a sustentabilidade ambiental, apresentando como síntese urbana cidades mais adensadas com custos de transportes menores.

É sem dúvida esse cenário que apresenta as maiores condições para o uso da bicicleta pois essa visão de cidade é inclusiva e sustentável.

A articulação em estações de transferências dos diversos modos de transportes, cada qual atuando em sua faixa de eficiência, se realiza em sua plenitude e com certeza é num cenário desse tipo que a bicicleta como instrumento de mobilidade e acessibilidade será mais eficiente, eficaz e agregadora.

Parte 1 | Parte 2 | Parte 3

 

porLucas Pavel

Camelo Urbano Reflexões: O papel da bicicleta para a mobilidade urbana e a inclusão social – Parte 2/3

A bicicleta e o cenário atual

Parte2_destacada

A divisão modal de viagens realizadas em áreas urbanas e metropolitanas de acordo com levantamentos realizados até 2013 apresenta as seguintes características. Das 204.000.000 viagens/dias realizadas 15.000.000 são de bicicletas.

A bicicleta é responsável por 7,4% dos deslocamentos pendulares nas áreas urbanas, se pensarmos que a frota nacional de bicicletas que é da ordem de 50.000.000 de veículos e que a produção nacional é da ordem de 5.000.000 de veículos / ano, constatando-se que o uso da bicicleta é muito aquém da sua capacidade.

Existe uma série de fatores que explicam essa subutilização da bicicleta. Pesquisas realizadas na cidade de São José dos Campos mostram que os maiores obstáculos para utilização de bicicleta como meio de transportes foram primeiro a insegurança quanto a atropelamento, segundo medo de assalto, terceiro falta de estacionamentos e finalmente a falta de ciclovias.:

O que fazer para reverter esse quadro?

  • Em primeiro lugar definir uma metodologia. Hoje se sabe que um sistema cicloviário é a articulação de seus componentes, que podem ser definidos como:
  • Formas de circulação – ciclovias, ciclofaixas, circulação partilhada e ciclo-redes.
  • Formas de estacionamentos – Bicicletários (longa permanência), Paraciclos (curta permanência)
  • Formas de sinalização – Horizontal, vertical e semafórica.
  • Formas de Comunicação social – para públicos alvos usuários e não usuários

Porém, dentro desses elementos em que se articula um sistema cicloviário podemos enunciar um novo que se colocará como o elemento agregador de todo sistema, que é sua área de abrangência.

Conceito emprestado do conceito geográfico de bacia hidrográfica, a área de abrangência funciona como uma bacia cicloviária, ou seja, a área contida dentro dos limites extremos que um sistema cicloviário deixa de ter interesse para um ciclista utiliza-lo seja pela distância, ou seja, por um limite físico.

A importância desse conceito é que os planejadores e executores do programa possam, além de preparar toda aquela região para o uso da bicicleta, também estabelecer um processo de comunicação com todos os ciclistas usuários do sistema.

Dentro desse marco referencial cabe aos planejadores responder as três questões em relação à bicicleta colocadas acima.

Qual o lugar da bicicleta no sistema viário:

O código Brasileirode Trânsito nos seus artigos 58 e 59 define diversas possibilidades

Art.58. Nas vias urbanas e rurais de pista dupla, a circulação de bicicletas deverá ocorrer, quando não houver ciclovia, ciclofaixa ou acostamento, ou quando não for possível a utilização destes, nos bordos da pista de rolamento no mesmo sentido de circulação regulamentado para a via com preferência sobre os veículos automotores.

Parágrafo único. A autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá autorizar a circulação de bicicletas no sentido contrario ao fluxo dos veículos automotores desde que dotado o trecho com ciclofaixas

O artigo 59 coloca:

Art.59. Desde que seja autorizado e devidamente sinalizado pelo órgão ou entidade com circunscrição pela via, será permitida a circulação de bicicletas no passeio.

Bem como o artigo 68 no seu parágrafo primeiro coloca

Art. 68 § 1º. O ciclista desmontado, empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre em direitos e deveres.

Sem falarmos ainda no artigo 201

Art. 201. Deixar de guardar uma distancia mínima de um metro e cinqüenta centímetros ao passar ou ultrapassar bicicleta

Infração – média

Ou seja, existe dentro do Código de Trânsito Brasileiro uma série de possibilidades de se trabalhar a circulação da bicicleta e por conseqüência a mobilidade do ciclista dentro do sistema viário.

Qual o papel da bicicleta nos sistemas de transportes:

Existem estudos que mostram que sistemas cicloviários criados sobre reais linhas de desejo de viagem podem carregar muito mais que três mil bicicletas / hora, o que permite inúmeras possibilidades de integração da bicicleta com outros modos de transportes, principalmente em equipamentos de transferência intermodal, de forma que se possa no limite chegar a um tipo de integração total, tanto física, quanto operacional e tarifária.

Além da integração uma outra possibilidade que a bicicleta apresenta em relação aos outros modos de transportes é a interpenetração, ou seja, a possibilidade de se transportar a própria bicicleta em outros modos de transportes.

Uma solução é a desenvolvida pela Carris Operadora de transportes coletivo de Porto Alegre com ônibus equipados com suporte para bicicleta na parte dianteira. Existe a alternativa, que depende de um bom desenho operacional, de carregar a própria bicicleta dentro de trens ou metrôs.

Qual a imagem da bicicleta para melhorar a qualidade de vida

Uma das grandes questões que se apresentam para os planejadores de transportes em relação à bicicleta é de ordem comportamental, ou seja, qual a imagem que o ciclista tem ao usar a bicicleta como meio de transporte, dentro de uma sociedade que desenvolveu no imaginário das pessoas a idéia que o automóvel é o símbolo máximo de status e liberdade, ao passo que associou o ciclista à idéia de fracasso.

A situação só mudará com um novo posicionamento da viagem da bicicleta enquanto produto dentro da ótica do marketing e o desenvolvimento de um forte esquema de comunicação para conseguir mudar a imagem do ciclista, mostrando para ele e principalmente para os usuários de outros modos de transportes, e da sociedade de forma geral que a bicicleta agrega valores em termos de qualidade de vida tanto no que diz respeito à fluidez do trânsito de maneira geral como para o meio ambiente e para a saúde do próprio ciclista.

Parte 1 | Parte 2 | Parte 3

 

porLucas Pavel

Camelo Urbano Reflexões: O papel da bicicleta para a mobilidade urbana e a inclusão social – Parte 1/3

O cenário

Parte1_destacadaEsse ensaio se coloca dentro de uma realidade tanto econômica/política como social e cultural. Estamos assistindo à grandes mudanças em nossa sociedade desde a questão do emprego onde a integração vertical é cada vez mais substituída pela terceirização e parcerias – reduzindo o emprego formal, passando pela concentração econômica principalmente pelo sistema financeiro, pela globalização e por mudanças de percepções dadas principalmente por novos paradigmas culturais e pelo excepcional avanço das comunicações.

Sem contar no grande processo de urbanização que o mundo vive, notadamente os países em desenvolvimento, colocando demandas sociais e problemas ambientais muito além da capacidade dos estados em resolvê-las de forma isolada. Toda a reflexão aqui contida parte dessa percepção.

No campo dos transportes púbicos o que se vê hoje na maioria das cidades grandes e médias do Brasil é um momento de transição em que se nota uma desregulamentação dos sistemas existentes onde modais como o ônibus perde cerca de 25% da demanda entre 2009 e 2013 e pior, sua produtividade (medida entre passageiros transportados e distância rodada) caiu no mesmo período de 2,2 para 1, 5, sem falar no transporte clandestino que esta presente em 63% das cidades brasileiras acima de 300.000 habitantes, o que mostra a gravidade da questão.

Dentro desse marco referencial que se pretende colocar a questão da bicicleta, levando em conta os caminhos que são postos pelos profissionais da área como os mais prováveis para enfrentar os grandes desafios inerentes ao transportes e ao trânsito das nossas cidades, que na verdade se apresentam como os pressupostos, para que se formule políticas públicas específicas e exitosas, tendo como pressupostos :

  • Uma política tecnológica voltada para o aperfeiçoamento dos serviços e da gestão
  • Uma gestão de recursos que distribua o ônus da mobilidade e garanta e sustentabilidade dos seus agentes a um custo tolerável para os usuários.
  • A percepção de setores da sociedade que começam a clamar por uma nova cultura da mobilidade que proporcione prioridade à formas de circulação coletivas, a pé e de bicicletas integrando em rede os diversos modos de transportes e garantindo a acessibilidade segura e confortável a todos os pontos das cidades.
  • A cidade como ambiente de uso coletivo cujo acesso por meio de transporte deve ser dividido democraticamente entre os diversos meios priorizando no sistema viário respectivamente as pessoas com restrição à mobilidade, o pedestre, o ciclista, os meios de transportes coletivos e finalmente o transporte individual motorizado.

Dentro desse marco referencial cabe aos planejadores responder três questões em relação à bicicleta:

Qual o lugar da bicicleta no sistema viário?

Qual o papel da bicicleta nos sistemas de transportes?

Qual a imagem da bicicleta para melhorar a qualidade de vida?

A bicicleta e seus primórdios no planejamento

A bicicleta surgiu no Brasil no fim do século XIX. A partir da década de 70, em função da crise do petróleo e de mudanças no padrão de comportamento das pessoas, que começaram a se interessar mais pelo cuidado com o corpo, é que surgiram as primeiras iniciativas com apoio de governos, no sentido de assumir a bicicleta como um modo de transportes a ser considerado.

Em 1975 a Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo lançou a Operação Bicicleta que constava de um concurso de idéias sobre o tema e culminou com estudos para os municípios de Araçatuba e Indaiatuba. Em 1976 foi publicado o manual Planejamento Cicloviário – Uma Política para as Bicicletas que passou a ser o grande texto sobre o tema no Brasil – gerando estudos específicos sobre interseções, trechos lineares, estacionamentos e processos de planejamento.

Sempre que se fala de facilidades para circulação de bicicletas no Brasil o grande paradigma é Curitiba que desde a década de setenta desenvolve procedimentos sistemáticos sobre a questão.

Hoje se pode afirmar que a importância da bicicleta cresceu ao olhar dos planejadores urbanos e de transportes, mas esta muito aquém das suas possibilidades. Analisando o trabalho publicado em 2009 – pelo Ministério dos Transportes – Planejamento Cicloviário: Diagnóstico Nacional vemos que ainda esta longe o dia em que poderemos comemorar o milésimo quilômetro de ciclovia implantado no Brasil, apesar de esforços como os da Cidade do Rio de Janeiro que independente de ser uma grande cidade, implantou um processo que já está dotando a cidade com um sistema cicloviário de mais de 100 quilômetros, e há dezenas de cidades com implantações nessa direção.

Parte 1 | Parte 2 | Parte 3

 

porLucas Pavel

Camelo Urbano Reflexões: Uma reflexão sobre os mapas

Nós todos crescemos achando que mapas são representações fieis da realidade que nos circunda. Você nunca deve ter parado para pensar se o Brasil tem de fato aquele formato quase triangular que você sempre viu nas aulas de geografia.

No entanto, quando os primeiros astronautas a avistarem a Itália do espaço perceberam que ela de fato parecia uma bota, eles não sentiram menos que uma grande surpresa. Os mapas estavam certos, afinal!

reflexao-sobre-os-mapas

Essa sensação de desconfiança é justificável. Os mapas como conhecemos hoje em dia são, na verdade, uma média ou uma negociação entre o espaço como ele de fato é e como nós o imaginamos. Algo sempre fica perdido nessa tradução. O mapa, aliás, é mesmo um texto. Ele conta uma história, atende a um propósito (comercial, religioso, científico, artístico etc.) e, principalmente, ele nos situa num espaço maior que nós.

A cartografia remonta a tempos pré-escrita e pré-matemática. Poucas são as civilizações que não produziram mapas. Inclusive, produzir mapas é um grande sinal de evolução de uma civilização. Sem eles, nos perdemos, mesmo que seja um GPS de celular ou um mapa mental de como chegar na casa da sua tia distante. Como dizem por aí, o mapa é a última coisa que você pensa, mas a primeira que você precisa.

Conheça o Mapa Ciclovário do Rio de Janeiro produzido pela Camelo Urbano.

porLucas Pavel

Camelo Urbano Notícias: Bicicletários em forma de carro aparecem em Vitória

vitoriaOs cicloativistas brasileiros têm mais motivos para comemorar. Isso porque têm aparecido desde o fim do ano passado, na cidade de Vitória/ES, grandes bicicletários em formato de carro. Com cores berrantes, esses bicicletários possuem 4 paraciclos, possibilitando abrigar pelo menos 8 bicicletas.

Moradores da capital capixaba não sabem dizer exatamente de quem foi a iniciativa, mas mensagem é bem clara: o espaço que um carro ocupa poderia ser ocupado por quase uma dezena de bicicletas.

Criatividade não falta para promover a mobilidade cicloviária!

porLucas Pavel

Camelo Urbano Reflexões: transporte para todos os bolsos – blog em prol da bike

Captura de tela 2014-12-22 às 19.30.51

A bicicleta é um meio de transporte para todos e não apenas para aqueles que não possuem carro.

Nós trabalhamos muito duro neste blog para mostrar os inúmeros benefícios ao se usar uma bicicleta. Mas, certamente, a principal razão pela qual as pessoas andam de bicicleta é conveniência e certeza de que se vai chegar ao destino final dentro do tempo previsto.

Nós estamos presenciando o surgimento de uma nova tendência no Brasil, onde, mesmo as pessoas que possuem carro, estão agora investindo em bicicletas melhores como uma forma de transporte alternativo.

porLucas Pavel

Camelo Urbano Dicas: Trocando em miúdos

Captura de tela 2015-02-02 às 02.50.23

O pessoal que curte bicicleta está acostumado a ver vários termos considerados até “técnicos”, mas será que a gente conhece o sentido deles? Pensando nisso, nós do Camelo Urbano resolvemos criar esse pequeno guia ilustrado com 4 palavras que vivem aparecendo por aí na mídia especializada. Depois do guia, ninguém mais vai ter dúvida.

Entrega Rápida

Produtos nacionais e importados até 7 dias úteis.

Devolução gratuita

Aceitamos devoluções por qualquer motivo e o custo do frete de retorno é nosso.

Formas de pagamento

Aceitamos os principais cartões de crédito e parcelamos em até 12x sem juros.

Perguntas Frequentes






desenvolvido por