Muito já se falou sobre sistemas de compartilhamento de bicicletas. Não resta dúvida que essa é uma forma muito inteligente de promover o uso das magrelas nas grandes cidades. Diferente de esportes como a corrida, onde a prática depende exclusivamente da boa vontade do possível atleta em realizá-la, o ciclismo pressupõe uma bike, ou seja, um aparelho, o que às vezes pode ser custoso ou mesmo pouco prático no cotidiano. E esses sistemas resolvem essas duas questões (custo e praticidade) numa tacada só.
Mas o que pode ser uma bênção urbana, pode também se configurar como um grande revés. O sistema requer manutenção constante, possibilidade de fazer costura com outros modais, investimento em tecnologia & segurança. Só assim ele é eficaz. Caso contrário, apenas gera mais estresse para os cidadãos. Alguns casos são louváveis e atingiram esse ideal, como é o caso de Pernambuco. Mas essa não é uma regra em vários municípios no Brasil.
Ao contrário de Pernambuco, o sistema do Rio de Janeiro tem deixado muito a desejar. Tentamos utilizar as bicicletas durante uma semana, e ficamos assustados. Poucas estações com bicicletas e, muitas vezes, bicicletas depredadas (sem banco, sem cesta). O que tinha um grande potencial para virar um exemplo, nos pareceu estar completamente abandonado. E, acaba virando mais um símbolo da crise que assola a nossa cidade.
Sugerimos uma melhor manutenção das bikes e uma atenção especial à calibragem dos pneus. Muito importantes para a segurança dos ciclistas, afinal de contas um pneu murcho pode causar uma queda! Esperamos que essa situação se reverta. Fomos informados por um funcionário do Bike Rio que o sistema está passando por modernizações e que a partir de outubro começaram as trocas de bicicletas por modelos novos, bem como a manutenção das estações.
A verdade é que defasado ou não, um sistema de compartilhamento de bicicletas não pode carregar nas costas o pesado fardo de resolver o impasse do transporte das grandes cidades brasileiras. A real mudança só virá quando houver boa-vontade política para colocar a bicicleta no centro das transformações que irão desafogar o trânsito brasileiro e torná-lo mais barato, saudável e sustentável. Medidas esporádicas funcionais são bem-vindas, mas precisamos de mudanças estruturais e isso só quem detém o aparelho do Estado pode realizar.
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