Nesse Dia Mundial Sem Carro, comemorado no dia 22 de setembro, queremos trazer uma reflexão menos utópica, portanto mais realista sobre o tema mobilidade. Quando pensamos em “sem carro”, a primeira imagem que provavelmente nos acomete é a de um futuro romântico, meio Jetsons, um futuro onde a humanidade aboliu completamente o transporte automobilístico. Ora, essa imagem é muito bonita, e embora caiba para certas civilizações ou sociedades, como é o caso da Holanda ou da Dinamarca, dificilmente será unânime um dia. Isso por um motivo muito simples: a indústria dos combustíveis fósseis movimenta um volume violento de dinheiro todo ano. Ou seja, os barões do petróleo não vão largar esse osso tão rentável e vão continuar vendendo essa ideia marketeira de que ser bem-sucedido significa ter um carro.
Por isso, esse dia não é um momento de radicalismos bobos. Não vamos abolir os carros. Vamos pensar em alternativas a ele. As pessoas precisam redescobrir o prazer de usar outros meios de transporte. Tipo, uma conversa agradável com outro passageiro enquanto você está no seu ônibus, a liberdade de se andar de bicicleta, a atitude de se pegar um skate, a rapidez inegável do metrô, a conveniência (ecológica) de se dividir um Uber. Muitas são as falas massificadas que endeusam o carro. Mas quais são as falas que ressaltam outras formas de transporte? Hoje queremos propor essas falas.
1. Partiu pedalar?
Essa é uma diretiva, um comando necessário em nossa sociedade altamente poluente e sedentária. A bike é o meio de transporte que menos causa impactos na natureza. Chegou pra ficar. Como diria Fernando Pessoa se vivesse hoje: “pedalar é preciso, viver não é preciso”. Eu faria uma pequena correção: viver melhor é preciso. E a solução pra isso, para um futuro sustentável está, sem dúvida, na bicicleta.
2. Compartilhar te leva mais longe
O ser contemporâneo percorre muitos espaços, mas para isso também desperdiça muito tempo. Você quer chegar longe, mas só consegue ficar preso no trânsito mesmo. O que resulta em frustração e pouca qualidade de vida. Por isso, faz-se necessário compartilhar espaços, transportes, experiências. É muito mais democrático um espaço como o novo Centro do Rio – com suas faixas para VLT, ônibus, carro, bike, skate – além de muito mais agradável. Toda vez que você pega um Uber Pool, você não está só rachando despesas. Você está reduzindo o tempo de todo mundo no trânsito. E de quebra atenuando a pegada ecológica que os carros deixam no planeta.
3. Quanto mais devagar, melhor
Não é exatamente isso que o mundo espera de nós. Precisamos produzir o tempo todo. Só que nem sempre isso representa viver bem. Muitas pessoas já entenderam isso e vários são os movimentos que pipocam por aí tentando refrear esse frenesi do mundo moderno. Viver devagar não é um luxo. É viver com sabedoria. E devagar também no trânsito. Esse é um assunto bem polêmico. Alguns políticos não concordam que reduzir a velocidade no trânsito reduz o número de mortes causadas por ele. Mas muitos dados confirmam essa asserção e é um raciocínio empírico muito fácil de fazer. Quanto mais rápido, mais perigoso. O melhor, e mais seguro, é viver o ritmo natural que as coisas têm. Perguntas cruciais a se fazer são: Qual é o motivo da sua pressa? E mais importante: essa pressa vale a pena? Quanto você lucra indo devagar?
Existem algumas pessoas que, por ter os melhores carros do mundo, isso os dá uma espécie de direito divino de ocupar as ruas. Mas a rua não pertecem aos donos de carros. O momento é das pessoas abrirem suas cabeças para novas propostas para novos tempos com novas necessidades. O momento é de menos carros, mais pedestres, mais ciclistas e mais transportes de massa…
Segundo estudos no Rio de Janeiro, os carros servem apenas a 22,74% da população. Ou seja: quase 80% das pessoas vão de transporte público (47,33%), a pé (27,24%) ou de bicicleta (1,02%). Isso demonstra claramente que as cidades tem que ser repensadas para para proporcionar mais conforto para os pedestres, ciclistas e usuários dos transportes de massa.
Nessa perspetiva, ciclistas e pedestres aparecem do mesmo lado: são pessoas que adotam o transporte ativo no seu dia a dia. São pessoas que contribuem com a diminuição do trânsito e da poluição e se afinam com a sustentabilidade.
O inverno carioca mal dá indícios de chegar ao seu fim e fala que mais se escuta é: que calor! Sim, as pessoas já estão antecipando, muito chateadas, o temido verão. Em geral, quando o calor já começa a mostrar a cara tão cedo, já sabemos que o verão será de lascar.
A questão é que tem sido assim há algum tempo. O calor não tem dado trégua e, por mais louco que isso possa parecer, podemos resolver isso andando de bicicleta. Isso mesmo! O raciocínio é bem simples: se você pedala para o trabalho, está provavelmente deixando de dirigir ou de pegar algum outro meio de transporte movido a combustível fóssil. Esses materiais são poluentes e ajudam a alimentar o famigerado efeito estufa, que por sua vez retroalimenta o também tarimbado aquecimento global. Pronto!
A cadeia de ações com consequências para o planeta está aí desenhada e só alienado não vê. É indireto, mas uma coisa leva à outra. Por isso, qualquer esforço nesse campo precisa ser grandioso, envolver muitas pessoas, e atuar no nível educacional. As pessoas precisam aprender os benefícios da bicicleta. Sim, uma andorinha só não faz verão, mas se uma andorinha conta para outra que o verão pode ser menos escaldante se ela andar de bike, podemos ter uma mudança de cenários.
É um trabalho de formiguinha (ou de andorinha?), mas se for feito paulatinamente, pode gerar resultados. Apenas suor. E pra quem acha que o aquecimento global é algo do passado, especialistas afirmam que o furacão Irma, que devastou várias regiões de Cuba e dos Estados Unidos, tem relação com o quadro geral de super aquecimento do planeta. A conta é simples e já estamos pagando por ela.
No país todo setembro é tradicionalmente o mês da bicicleta. No Rio não será diferente e no 21 de setembro vai acontecer uma serie de palestras no BiciRio, evento que busca trazer como um dos seus temas Velo-City. Ainda neste domingo dia 17 de setembro, a partir das 8:00h, vai acontecer um belo passeio de bike na Concha Acústica de Niterói.
Muito já se falou sobre sistemas de compartilhamento de bicicletas. Não resta dúvida que essa é uma forma muito inteligente de promover o uso das magrelas nas grandes cidades. Diferente de esportes como a corrida, onde a prática depende exclusivamente da boa vontade do possível atleta em realizá-la, o ciclismo pressupõe uma bike, ou seja, um aparelho, o que às vezes pode ser custoso ou mesmo pouco prático no cotidiano. E esses sistemas resolvem essas duas questões (custo e praticidade) numa tacada só.
Mas o que pode ser uma bênção urbana, pode também se configurar como um grande revés. O sistema requer manutenção constante, possibilidade de fazer costura com outros modais, investimento em tecnologia & segurança. Só assim ele é eficaz. Caso contrário, apenas gera mais estresse para os cidadãos. Alguns casos são louváveis e atingiram esse ideal, como é o caso de Pernambuco. Mas essa não é uma regra em vários municípios no Brasil.
Ao contrário de Pernambuco, o sistema do Rio de Janeiro tem deixado muito a desejar. Tentamos utilizar as bicicletas durante uma semana, e ficamos assustados. Poucas estações com bicicletas e, muitas vezes, bicicletas depredadas (sem banco, sem cesta). O que tinha um grande potencial para virar um exemplo, nos pareceu estar completamente abandonado. E, acaba virando mais um símbolo da crise que assola a nossa cidade.
Sugerimos uma melhor manutenção das bikes e uma atenção especial à calibragem dos pneus. Muito importantes para a segurança dos ciclistas, afinal de contas um pneu murcho pode causar uma queda! Esperamos que essa situação se reverta. Fomos informados por um funcionário do Bike Rio que o sistema está passando por modernizações e que a partir de outubro começaram as trocas de bicicletas por modelos novos, bem como a manutenção das estações.
A verdade é que defasado ou não, um sistema de compartilhamento de bicicletas não pode carregar nas costas o pesado fardo de resolver o impasse do transporte das grandes cidades brasileiras. A real mudança só virá quando houver boa-vontade política para colocar a bicicleta no centro das transformações que irão desafogar o trânsito brasileiro e torná-lo mais barato, saudável e sustentável. Medidas esporádicas funcionais são bem-vindas, mas precisamos de mudanças estruturais e isso só quem detém o aparelho do Estado pode realizar.
– Ih, não tem como carregar meus livros…
– Putz, não posso levar minha filha…
– Aff, o banco machuca…
Isso é o que mais se costuma ouvir de quem ainda não adotou o estilo de vida saudável da bicicleta. A Kalf vem como uma forma de dissolver todas essas desculpas para não pedalar. Ela nos apresenta soluções com sua variada gama de acessórios, como cadeirinhas infantis, baús, selins e muito mais. E além de tudo é uma empresa brasileira! Ou seja, você vai estimular a indústria nacional e fazer as pessoas verem que nossos artigos têm bastante qualidade.
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