Vamos TROPICALIZAR a bicicleta

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Acreditamos que é possível promover a bicicleta como um transporte sustentável e saudável para todos, sem esquecer estrutura e segurança, itens tão necessários nessa prática. A cidade do futuro só será viável se tivermos mais bicicletas. Serão necessárias muito mais ciclovias, ciclofaixas, ao invés de calçadas esburacadas e horas presos no trânsito. Essa prisão não combina com o futuro. Futuro combina com liberdade.

Mas acreditamos também em tropicalizar a bicicleta. Em poucas palavras, tornar sua utilização viável em países como o Brasil, com condições climáticas e estruturais bem específicas. No que se refere ao clima, é sempre bom pensar que num lugar onde faz muito calor, um bom bicicletário precisa de chuveiros ao seu redor, por exemplo. O ideal seria tomar um banho, nos dias mais quentes pelo menos, mas se vc não tem este conforto no local de serviço, sugerimos que procure um ponto de apoio em clubes, ou academias.

Mas acredite: pedalando devagar você quase não vai suar. Andar no trânsito do Rio pode ser difícil. O ciclista é muitas vezes um intrépido, um desbravador de caminhos entre os carros, ónibus e fechadas do trânsito caótico do dia a dia. Mas o que é mais interessante é que apesar de tudo isso, o número de adeptos da bike aumenta a cada dia, as pessoas querem ter o direito de usar a bicicleta como um meio de transporte. Saímos em campo pelas ruas do Rio, gravando depoimento de bikers com o celular, e constatamos esta tendência. Hoje, a bicicleta é um dos veículos mais populares do mundo em razão de uma feliz combinação: Alem de saudável o uso da bicicleta é divertido!

Desenvolve sentidos fundamentais como o equilíbrio, o raciocínio , o reflexo, habilidade e força. Tudo isso rima com saúde,  praticidade,  rapidez , eficiência e a qualidade de não ser poluente. Assim vc pode pedalar mais lentamente, com mais tempo, o que pode contribuir para que você sue menos.

Em relação à estrutura, é sempre bom pensar em iluminação, mais segurança nas áreas onde circulam ciclistas etc. Tropicalizar a bicicleta significa torná-la possível em países onde as condições ao redor da bike não são perfeitas e fruto de anos de conscientização e luta, como acontece na Holanda, Dinamarca etc. É garantir que não falte bicicleta em nações onde uma série de outras coisas faltam, como educação, saúde etc.

Pegando carona nessa ideia, vale se perguntar: quais medidas de tropicalização serão adotadas também no Velocity de 2018, que será sediado no Rio? Ora, o maior evento da bicicleta no mundo não pode deixar de levar em consideração a população brasileira. Será possível que as pessoas cheguem ao evento de bicicleta como acontece nos outros países? Será que os palestrantes serão apenas gringos louros? Será que falarão de projetos pioneiros e tipicamente brasileiros, como Bike Anjo, Mão na Roda e tantos outros? Será que os nossos conflitos mais íntimos em relação à adoção da bike como transporte serão contemplados?

Esses questionamentos são muito importantes e precisam ser feitos desde já.