O TRANSPORTE URBANO E SEUS DESAFIOS

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O Brasil experimentou, em meados do século passado, um crescimento urbano que perdura até os dias de hoje. No entanto, esse processo de urbanização não foi exatamente sempre positivo para a população do país. Isso porque não houve um planejamento para acompanhar esse grau de urbanização. E o impacto foi problemático também para a mobilidade urbana. O trânsito caótico é o maior símbolo desse desenvolvimento desenfreado e mal calculado. E nos períodos dentro desses 70 anos onde ocorria pouco crescimento, não necessariamente a situação do transporte melhorava. Isso porque as pessoas passavam a migrar para as áreas mais privilegiadas e essas regiões não davam conta do contingente de transporte necessário para atender a todos. Houve sempre por aqui uma tendência de construir mais ruas. No entanto, não é disso que as pessoas precisam para se locomover melhor. Elas precisam de mais e melhores meios de transporte, mais serviços pensados nas pessoas, como calçadas mais largas, VLTs, BRTs etc.

E nesse sentido, não podemos dizer que não existiu alguma vontade política de mudar. A partir de 2012, criou-se a Política Nacional de Mobilidade Urbana, que prevê que cidades com mais de 20 mil habitantes precisam apresentar projetos para tornar a mobilidade em suas áreas mais inclusiva, plural e eficiente. Mas, infelizmente, poucos foram os municípios dentro desse rol que de fato apresentaram quaisquer projetos. E muitas outras cidades desenvolveram trabalhos que não de fato priorizavam as pessoas.

Falando um pouco da nossa cidade, o Rio melhorou bastante com os modais olímpicos (VLT, BRT, metrô estendido). Porém, cada um desses projetos apresenta alguns problemas. O metrô não é super prático, pois para ir da Tijuca para a Barra, você precisa percorrer toda a linha metroviária. Sendo que esses dois lugares poderiam ser ligados de forma mais rápida. O BRT carece de manutenção e melhor policiamento. E o VLT, embora seja um belo projeto, só atende às necessidades das pessoas que circulam pelo Centro. Essa linha poderiam (e existem projetos – engavetados – nesse sentido) ser expandidas para outras áreas do Rio.

O sistema de ônibus, por exemplo, poderia ser repensado de uma forma geral no país. Andar de ônibus é muito caro aqui. O governo brasileiro não subsidia o transporte. É a tarifa que banca basicamente o custo do ônibus. Muitas coisas poderiam ser feitas para melhorar esse quadro, como revisão da política de estacionamento gratuito em lugares públicos, criar um sistema de pedágio urbano (veículos automotores precisam pagar para circular em áreas congestionadas, em horários de maior circulação), sem contar com campanhas para incentivar o não uso do carro.