É preciso educar

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Com o anúncio de novas legislações que podem passar a incidir sobre o ciclista, ficamos nos indagando: ora, isso não pode ser tão ruim se levarmos em consideração que não há legislação sobre coisas irrelevantes. Ou seja, como refletimos semana passada, se há alguém querendo determinar o que deve ser feito com os ciclistas, é porque eles passaram a ser uma entidade civil importante.

Mas legislação sem educação de nada adianta. Pouca gente se lembra, mas em 2013, durante o governo Haddad, foram lançadas campanhas televisivas pedindo respeito aos ciclistas. E se essas campanhas voltassem? Imaginem uma campanha veiculada na TV, antes da novela das nove? E se a população fosse lembrada, com mais frequência, que um ciclista a mais no trânsito significa menos carros, menos poluição e menos trânsito? Estamos carentes desse tipo de diálogo com a população. Se ele fosse acionado, ainda que timidamente, ajudaria bastante a desenvolver a mobilidade cicloviária no país.

E o mais interessante é que a campanha pró-bike cabe em qualquer palanque político. É uma causa que dialoga com todo mundo, porque todo mundo sai lucrando. Um projeto a favor das magrelas não exclui ninguém, é eficiente, ecológico e é um processo muito natural. Em tempos de polarizações acirradas, em que descompromissadas declarações podem acabar te colocando de um lado específico do espectro político, falar de bicicleta é ser neutro de fato. Porque no fim das contas, pedalar é um ato de liberdade e, portanto, universal.

Cada carro a menos diminui o trânsito e melhora o ar que você respira. Essa é uma plataforma educativa que atrai e atende qualquer cidadão. Mas não basta deixarmos na mão do estado. Temos que nos organizar e cobrar um Rio de Janeiro que entenda e apoie o ciclista como transporte urbano essencial, ecológico e seguro.

Axé!