O elefante branco chamado estacionamento coletivo

Agosto_600 x 358 px_02

A Holanda acaba de anunciar a construção do maior estacionamento de bicicletas do mundo. A obra de grandíssimo valor para a mobilidade urbana tem capacidade para 6 mil bicicletas e está localizada na cidade de Utrecht.

Se você acha isso grande, pense no terminal Menezes Cortes, no Rio de Janeiro. Ele pode abrigar 3500 carros. Estudiosos do assunto têm comentado que a verdade é que quanto mais você cria vagas para carros, mais você estimula que eles apareçam no trânsito. E outra verdade é que não há espaço para todos os carros, ou seja, alguns bons milhares de cidadãos irão fatalmente perder tempo de suas vidas procurando vagas diariamente. E se um automóvel ocupa o lugar de nove bicicletas, a matemática é simples. Teríamos condições e espaço para ter um estacionamento de bicicletas muito maior que o de Utrecht no Rio.

Não dá para esquecer o exemplo de  The Shard, o edifício mais alto da Europa, localizado em pleno coração de Londres e que conta com apenas 48 vagas de estacionamento para as milhares de pessoas que, todos os dias, ocupam os 87 pavimentos. A maioria dessas vagas está destinada a trabalhos de carga e descarga, ou são reservados a pessoas com deficiências. Se esse edifício fornecesse estacionamento abundante, além de gratuito, o trânsito na região onde se encontra simplesmente entraria em colapso diante da chegada em massa de veículos a um único ponto.

E é isso que temos feito nas grandes cidades brasileiras. Temos incentivado o colapso.