MITOS E VERDADES QUE CERCAM A BICICLETA ELÉTRICA

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Hoje vamos falar dela, uma bicicleta um tanto quanto polêmica. O objetivo desse texto é esclarecer alguns pontos e combater alguns preconceitos que cercam as famigeradas bicicletas elétricas.

Muitos dizem que é bicicleta de sedentário, que não é bicicleta de verdade, que elas não são tão limpas para o meio ambiente assim… Bom, algumas dessas afirmações são verdadeiras, mas é sempre bom permitir um novo olhar.

Fato que a bicicleta elétrica exige menos esforço. Ela se parece, grosso modo, com uma moto. Mas, para muitas pessoas, ela é a única forma de manter aquele gostinho de pedalar que só uma bike pode te dar. Pense em pessoas idosas que outrora faziam mountain-biking e agora não podem mais. Pense em pessoas que se acidentaram e precisam fazer menos esforço. Esse é um grande público das bicicletas elétricas. E essas pessoas todas merecem nosso respeito sim.

Mas não só. Muitos adolescentes usam a bike elétrica para ir pra escola, o que é bastante prático e libera os pais dessa obrigação. O público da elétrica é bem grande e só aumenta. É o que se observa nas feiras de bicicleta da Europa. As vendas só crescem. Crescem bem mais que a venda das convencionais.

Pensando no âmbito da cidade, é interessante pensar em sistemas de compartilhamento que contenham tanto bicicletas convencionais como elétricas. Se você vai percorrer um trecho acidentado ou se sua cidade é famosa por terreno irregular, talvez a versão elétrica seja melhor mesmo. Ou até se você hoje precisa chegar mais rápido no trabalho, é legal ter essa opção.

Aqueles que levantam a questão ambiental têm sua razão. As baterias são feitas de forma perigosa e para elas não existe reciclagem ou descarte ecologicamente correto. Ou seja, aquele detrito tóxico acaba sendo alojado indevidamente na natureza. Além do mais, as baterias descarregam rápido, o que é um belo contratempo. E são pesadas, um tanto desajeitadas. Não foram feitas para ficar pedalando por aí. Ou seja, quando a bateria acaba, é bem puxado sair pedalando por aí com aquele elefante branco.

Existem bicicletas elétricas no entanto, que tem outra concepção: o sistema de tração compartilhada. A utilização da energia elétrica é compartilhada com a pedalada o que permite que a vida útil da bateria seja maior. Este tipo de bike também gera o lixo das baterias mas tem uma concepção mais moderna e menos passiva.

O cilcista usa o motor elétrico apenas nos momentos mais necessários e ainda faz exercício pedalando para valer.

A bike convencional ainda é o melhor meio de transporte, mas a bike elétrica também pode ser incorporada sem traumas. Basta que se façam campanhas de educação no trânsito, nas calçadas, estabelecendo regras de conduta e bom senso para toda a população. Este é o ponto: educação.

Com educação as pessoas tomam consciência dos fatos e a partir daí as coisas melhoram numa escala sem volta e positiva.

Também tem a questão da imperceptibilidade. Elas são muito silenciosas, mais do que as convencionais, e também mais velozes, o que pode acabar ocasionando acidentes nas vias se não houver sinalização adequada.

Essa fala nos leva a um ponto importante, a legislação. O ideal é que cada cidade tenha a sua. Aliás, é isso que diz a lei da bicicleta elétrica. Ou seja, que cada município tem que decidir o que funciona em sua área. Mas na prática isso gera alguns conflitos. No Rio, Eduardo Paes decretou em 2012 que as bicicletas elétricas devem ser tratadas como bicicletas comuns, liberando seu acesso nas ciclovias, ciclofaixas e nas vias públicas. Porém o Conselho Nacional de Trânsito (COTRAN) lê a bicicleta elétrica como veículo ciclomotor e que seu uso deve acontecer mediante habilitação. Isso já gerou algumas rixas judiciárias, o que mostra que no Brasil ainda precisamos pensar melhor sobre o tema.