Categoria Reflexões

porLucas Pavel

400 km é muito pouco. Precisamos de 1000 km!

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Nos últimos anos, o crescimento da bike foi facilitado pelo boom de ciclovias criadas por prefeitos com visão para a mobilidade urbana, como Haddad. A verdade é que hoje, tanto o Rio com seus 450 km, como Sampa com seus 430km estão perdendo a oportunidade de criar mais ciclovias. Até hoje o que existe de infraestrutura cicloviária é muito pouco dentro desse mobiliário urbano. O cidadão brasileiro precisa de mais conectividade cicloviária. E não ciclovias na beira da praia para turista ver. Podiam ter feito na Presidente Vargas, que possui espaço e teria sido de fato relevante. Não precisamos de um prefeito que apague as ciclovias da periferia como hoje faz o da Sampa. Queremos mais mais de 1000 km de ciclovias! Se com ciclovias já existe risco na hora de usar a bicicleta como meio de transporte, imagina sem ciclovias como quer Doria! Rio e Sampa estão perdendo para outras cidades como Fortaleza.

Em 2013, Berlim tinha mais 1000 km de ciclovias, muito mais que São Paulo, sendo que São Paulo tem uma população 3 vezes maior. Quando vamos recuperar essa defasagem?

porLucas Pavel

Vamos TROPICALIZAR a bicicleta

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Acreditamos que é possível promover a bicicleta como um transporte sustentável e saudável para todos, sem esquecer estrutura e segurança, itens tão necessários nessa prática. A cidade do futuro só será viável se tivermos mais bicicletas. Serão necessárias muito mais ciclovias, ciclofaixas, ao invés de calçadas esburacadas e horas presos no trânsito. Essa prisão não combina com o futuro. Futuro combina com liberdade.

Mas acreditamos também em tropicalizar a bicicleta. Em poucas palavras, tornar sua utilização viável em países como o Brasil, com condições climáticas e estruturais bem específicas. No que se refere ao clima, é sempre bom pensar que num lugar onde faz muito calor, um bom bicicletário precisa de chuveiros ao seu redor, por exemplo. O ideal seria tomar um banho, nos dias mais quentes pelo menos, mas se vc não tem este conforto no local de serviço, sugerimos que procure um ponto de apoio em clubes, ou academias.

Mas acredite: pedalando devagar você quase não vai suar. Andar no trânsito do Rio pode ser difícil. O ciclista é muitas vezes um intrépido, um desbravador de caminhos entre os carros, ónibus e fechadas do trânsito caótico do dia a dia. Mas o que é mais interessante é que apesar de tudo isso, o número de adeptos da bike aumenta a cada dia, as pessoas querem ter o direito de usar a bicicleta como um meio de transporte. Saímos em campo pelas ruas do Rio, gravando depoimento de bikers com o celular, e constatamos esta tendência. Hoje, a bicicleta é um dos veículos mais populares do mundo em razão de uma feliz combinação: Alem de saudável o uso da bicicleta é divertido!

Desenvolve sentidos fundamentais como o equilíbrio, o raciocínio , o reflexo, habilidade e força. Tudo isso rima com saúde,  praticidade,  rapidez , eficiência e a qualidade de não ser poluente. Assim vc pode pedalar mais lentamente, com mais tempo, o que pode contribuir para que você sue menos.

Em relação à estrutura, é sempre bom pensar em iluminação, mais segurança nas áreas onde circulam ciclistas etc. Tropicalizar a bicicleta significa torná-la possível em países onde as condições ao redor da bike não são perfeitas e fruto de anos de conscientização e luta, como acontece na Holanda, Dinamarca etc. É garantir que não falte bicicleta em nações onde uma série de outras coisas faltam, como educação, saúde etc.

Pegando carona nessa ideia, vale se perguntar: quais medidas de tropicalização serão adotadas também no Velocity de 2018, que será sediado no Rio? Ora, o maior evento da bicicleta no mundo não pode deixar de levar em consideração a população brasileira. Será possível que as pessoas cheguem ao evento de bicicleta como acontece nos outros países? Será que os palestrantes serão apenas gringos louros? Será que falarão de projetos pioneiros e tipicamente brasileiros, como Bike Anjo, Mão na Roda e tantos outros? Será que os nossos conflitos mais íntimos em relação à adoção da bike como transporte serão contemplados?

Esses questionamentos são muito importantes e precisam ser feitos desde já.

porLucas Pavel

Cidade vai sediar grande evento de bicicleta

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A cidade do Rio de Janeiro, através da Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente, vai sediar a “Conferência Internacional Velo-City Global” em 2018. O Rio de Janeiro será a primeira cidade da América Latina que sediará esse evento, com representantes desse modal de transporte limpo, ecológico e que tanto serve para o lazer quanto para ir ao trabalho.

Essa conferência acontece desde 1980, congrega mais de 1000 cidades e é uma iniciativa da Federação Européia de Ciclistas, sendo a principal e mais importante convenção sobre planejamento cicloviário do mundo!

A iniciativa da Secretaria Municipal de Conservação e Meio Ambiente de sediar a Velo-City Global em 2018 se coaduna perfeitamente com a política de incentivo às práticas ambientalmente sustentáveis da atual gestão municipal, que tem na ampliação e na revitalização da estrutura cicloviária carioca, um dos pilares de seu planejamento estratégico, tendo Crivella prometido em Amsterdam, durante o Velo City 2017, criar novas ciclovias. Estamos de olho, prefeito!

porLucas Pavel

inverno – estação das bicicletas

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De uns tempos para cá fiquei friorento. Pode um negócio desses acontecer? Agora pedalo de cachecol no inverno e acho a coisa mais normal do mundo. Mas, tenho observado que uma friozinho ainda é capaz de afastar muitos ciclistas das ruas.

Voltar do batente pedalando é muito bom; vamos deixar o carro em casa e viver felizes, porque estressado não é muito desejável! Por isso, procuro voltar do trabalho todos os dias, sempre pedalando. Mesmo no frio! Para isso eu carrego sempre o casaco na mochila. Tá frio? Basta um casaco com capuz para continuar na maior elegância, vivendo a vida de bike, com um único objetivo.

É muito comum ouvir dos cariocas que o calor de rachar do nosso verão impede uma pedalada confortável. Você chega suado no trabalho, tem que colocar roupas com menos pano para aguentar o bafo, etc etc. A lista de desculpas é grande. Bom, para essa galera bola murcha, o inverninho carioca é o tempo do fim das desculpas. Nenhum argumento se sustenta, já que o frio parece até mesmo combinar com uma boa pedalada, afinal é um ótimo exercício para esquentar.

Não dá para aceitar mais esse tipo de fala, até porque, para os ciclistas sérios envolvidos com o movimento, bicicleta é o tempo todo. Bicicleta não é lazer (apenas). No lazer, você deixa de fazer coisas quando as condições que te circundam são desfavoráveis. Você deixa de ir no shopping quando bate aquela chuvinha, você evita a praia se estiver frio, mas você não deixa de ir ao trabalho porque está ventando. Então, a questão é encarar a bike como algo sério, um meio de transporte que você não abandona simplesmente porque o tempo virou. Pegue seu cachecol, coloque uma roupa mais elegante e pise fundo no pedal.

O frio suave chega para dar mais charme e um colorido especial na cidade. Não dá para perder esta sensação deliciosa que é pedalar pelas ciclovias, vendo o céu, as montanhas, lagoas, o Cristo Redentor e tantas outras belezas que ficam ainda mais charmosas com as temperaturas mais amenas deste simpático, inverninho carioca.

Aproveitem, este é um programa aprovado e recomendado pela Camelo Urbano!

Salve o nosso Planeta!

 

porLucas Pavel

HOLANDA DANDO AULA MAIS UMA VEZ

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No Programa da Velocity desse ano, que será realizada em Arnhem-Nijmegen, Holanda (Junho 13-16), tem-se um material muito rico em vários níveis. A Holanda, que já dominou a arte de harmonizar a bicicleta à vida das pessoas, continua se questionando e investigando como melhorar esse processo.

Trazemos aqui as principais pautas:

INFRAESTRUTURA

Talvez esse seja o tema mais clichê, mas ainda bem importante. A máxima: “constrói que eles vêm” continua sendo muito real e eficiente. Uma pergunta interessante a se destacar é: como os projetos de infraestrutura andam de mãos dadas com mudanças comportamentais e projetos com foco educacional.

BIKENOMICS

Esse é um dos temas centrais do Velocity 2017. Se no início, o movimento em direção à bike tinha como objetivo a diminuição dos acidentes nas ruas, agora o foco é todo outro. O ciclismo como hábito de vida incentiva o comércio local, afinal, quem está de bicicleta dificilmente vai visitar o shopping. O ciclista prefere muito mais parar nas lojinhas perto da sua casa e consumir por lá. Além disso, andar de bicicleta garante aqueles 20 minutos de exercício por dia, que é tão importante para manter a população saudável. E com isso, gasta-se menos com plano de saúde.

Portanto, esses dois novos focos (investimento no comércio local e aumento da saúde da população) acabaram se tornando bem decisivos e ampliaram a discussão inicial da bicicleta, que outrora se restringia a segurança apenas.

PESSOAS: DIFERENTES PESSOAS, DIFERENTES IDEIAS, DIFERENTES ESCOLHAS

A bicicleta carrega em si um fator democratizante inegável. Com a bicicleta, é possível chegar a lugares diversos dentro da cidade. É libertador, permite as pessoas conseguirem novos empregos, novas oportunidades. O centro da discussão da bicicleta são as pessoas. E se as políticas da bike não têm as pessoas como principal foco, então esses projetos estão falidos.

porLucas Pavel

Marginais na gestão Doria têm mais acidentes

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O cálculo é simples: se você aumenta a velocidade de uma via pública, os acidentes aumentam. É bem lógico, qualquer criança saber fazer esse exercício. Menos o nosso João Trabalhador, alcunha utilizada pelo prefeito de Doria em seu twitter. O resultado não poderia ser menos óbvio: as marginais Tietê e Pinheiros em SP já registram mais acidentes em todos os modais (motos, carros e caminhões) e também mais atropelamentos.

Em outras palavras, o prefeito e empresário João Doria está machucando e mutilando mais pessoas, em nome de ganhar quase nada (economia de tempo nas marginais). Dentro dos planos do prefeito tucano de Sampa, está também o projeto de transformar algumas ciclovias em ciclorrotas (sem separação com a via). Ou seja, medida extremamente perigosa que só propõe causar mais acidentes e ceifar mais vidas. Doria tem se mostrado bem truculento e pouco aberto a diálogo com os cicloativistas e representantes de pedestres. E, principalmente, muito pouco preocupado com o bem-estar do seu querido povo.

porLucas Pavel

O futuro já chegou

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Muito se fala na mídia especializada sobre cidades do futuro. São espaços onde o humano está em primeiro lugar, onde o espaço é direcionado para a experiência humana. Só o que não se fala é que essas cidades do futuro são contemporâneas.

E isso está muito claro para quem olha para as novas configurações das metrópoles com cuidado. Mais e mais observamos que as pessoas estão abraçando os sistemas de transporte compartilhado. Aplicativos viraram meios de transporte. Existe bastante ativismo em busca de melhores infraestruturas, pela construção de mais e melhores ciclovias. Várias cidades estão desenvolvendo projetos que devolvem a cidade ao cidadão, como foi o projeto do Porto Maravilha no Rio. Em São Paulo, podemos observar movimentos espontâneos, como a volta dos mercadinhos de bairro.

As alternativas ao transporte já são realidades. Os jovens são os primeiros absorver essa nova concepção, preocupados em não serem o gatilho para novos problemas no espaço urbano. Eles querem engrossar o coro dos que ativamente transformam e melhoram esse espaço.

 

porLucas Pavel

O ELO MAIS FRACO

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O ataque de hoje em Estocolmo com caminhão conduzido contra a multidão e o atentado recente que aconteceu em Londres nos faz pensar como estamos suscetíveis a todo tipo de ameaça e o carro é um grande exemplo disso. A polícia britânica é extremamente competente, bem equipada, eficiente, capaz de conduzir 500 investigações (e concluí-las) ao mesmo tempo. Mas foi incapaz de deter um crime assustadoramente grosseiro: um homem com uma faca e um carro.

Em geral, operações complexas demandam muitas pessoas envolvidas, muitos estágios e etapas, ou seja, todo um aparato que diante de uma inteligência policial afiada acaba sendo razoavelmente fácil de desmontar. Mas como parar uma pessoa que decide pegar seu carro e sair matando.

O que aconteceu quase agora e no final de março passado só reforça a tecla que mais costumamos bater aqui: andar pelas ruas é estar sujeito a toda sorte de ataques. A rua pertence aos carros, que nos dominam e nos colocam em risco. A ponta mais frágil dessa cabo de guerra sempre foi e será o pedestre, seguido pelo ciclista.

porLucas Pavel

A ÚNICA VIA DE SAÍDA

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A modernidade trouxe em seu bojo uma estrutura nefasta de constante poluição, sedentarismo e consumismo exacerbados. Isso que em outras palavras se traduz em baixa qualidade de vida. Viver nunca foi tão caro e a vida nunca foi tão barata.

O fenômeno urbano foi afastando as pessoas de seu local de trabalho e criou nesse meio um terceiro espaço que é o lazer. Ou seja, a locomoção se triangulariza entre esses 3 polos e o resultado é que estamos cada vez mais ansiosos para sair do trabalho, mas a distância de casa nos faz distrair pelo caminho, o que era mais gasto, mais necessidade de trabalho e menos tempo em casa. E todo esse trajeto, para ser “eficiente”, precisa ser feito de carro.

Só que eficiente para quem, não é mesmo? Eficiente em aumentar a emissão de CO2, em nos tornar dependentes e reféns do trânsito engarrafado, desconhecedores da nossa própria cidade e com cada vez menos tempo de ser saudáveis. A pegada ecológica que deixamos no planeta é cada vez mais severa a ponto de geólogos afirmarem que estamos entrando numa nova era geológica (o antropoceno), era em que o homem modificou tanto o meio que suas marcas estão registradas na rocha.

Se nós escolhermos uma maneira mais eficiente para nos transportarmos de casa para escritório e vice versa, poderemos reduzir as emissões de CO2, contribuindo na luta contra o aquecimento global. A única via de saída já foi levantada há muito tempo por cidades e cidadãos com visão. A bicicleta é a melhor arma contra essa lógica.

Se fizéssemos o uso da bicicleta como meio de transporte todos os dias, haveria uma diminuição de uso de combustível fosseis poluentes e que são grandes emissores de gás carbónico que são maléficos a vida humana, e que contribui para poluir a atmosfera com efeitos danosos para o clima e a vida terrestre. Corta-se o trânsito, não só física, mas simbolicamente. A bicicleta é uma resistência a esse processo. Cidades de visão são aquelas que adotaram 3 medidas simples:

  • Diminuir a velocidade em áreas residenciais
  • Criar infraestrutura segura para o ciclismo
  • Desenvolver sistemas de compartilhamento de bikes

Esses são passos consideravelmente simples que devolvem a cidade para seus maiores usuários: as pessoas.

 

porLucas Pavel

Uma via que vale mil palavras

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Uma imagem vale mais que mil palavras, certo? Certíssimo. Essa diz muito também sobre escolhas. Ela aconteceu na semana passada, e mostra duas ruas movimentadas da zona oeste de São Paulo. Houve um defeito no semáforo que regulava as ruas e inicialmente esse foi o resultado do defeito caótico.

Mas se você olhar com atenção, o que vale mil palavras é a ciclovia que acompanha a via vertical. Ela vale mil palavras de elogio. E de reflexão. Todo dia quando você sai de casa e opta pelo carro você também está escolhendo um possível caos. Ficar preso no trânsito, chegar atrasado no trabalho, estresse, buzinas… Já imaginou a cena? Qualidade de vida passa longe.

Lógico que estamos analisando uma situação-limite de um erro bem específico com resultado bastante inusitado. Mas a verdade é que dificilmente você viveria uma situação dessa se estivesse numa bicicleta. Essa imagem é gráfica porque mostra a falência do trânsito nas grandes cidades e do lado a solução para esse problema, tão gráfica quanto esse nó. E ainda bem pouco usada.

Então, a que conclusão chegamos, se a solução é tão óbvia? Que o que está faltando é educação. Que as pessoas precisam se educar, precisam conhecer a bike, a onda de possibilidades que ela traz, que ela desafoga o trânsito, que é limpa, não polui, ajuda a exercitar. Pedalar é uma solução-ônibus: resolve vários problemas de uma vez só. As pessoas só precisam saber disso e aderir. Os resultados serão imediatos e tão gráficos quanto essa imagem.

 

 

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