Como disse Boechat sobre a tragédia da Ciclovia Tim Maia, é muito fácil mugir quando a vaca já foi pro brejo. E o que mais se vê com a queda da ponte é mugido fora de lugar. Mas um certo barulho precisa ser feito sim, até para que desacertos como esse que aconteceu em São Conrado sejam evitados.
Para a além de falar sobre a construção da ponte em si, que desde sempre foi taxada como muito fina, íngreme, muito próxima ao mar, vale também ressaltar sua validade e sustentabilidade como ciclovia.
Ora, em relação à estrutura da construção, uma rápida olhada em modelos gringos nos faz ver que a obra brasileira tinha vários furos a serem evitados. Um exemplo claro é a Nesciobrug, ponte estaiada para ciclistas construída em Amsterdam, que contamos a história aqui. Sua base é bem mais encorpada que a ponte Tim Maia e o fato de ser estaiada garante um maior equilíbrio para a passagem das magrelas.
No entanto, a mais importante discussão aqui nem está ligada à estrutura mal pensada da ponte, mas como sua existência como ciclovia se mostra não só descabida como totalmente desnecessária. O controverso prefeito Haddad, diante de seu projeto cicloviário tido como megalomaníaco por muitos, encontrou uma solução rápida e indolor para a questão em São Paulo. Ele “apenas” pintou uma faixa vermelha (atitude que fez com que ele ficasse conhecido como prefeito Suvinil) junto às estradas e decretou a redução da velocidade dos carros que passem junto às magrelas.
Essa teria sido uma solução bem menos cara e dramática, se implantada na Avenida Niemeyer. Ninguém teria perdido a bela vista do mar contra a montanha e a segurança ainda estaria garantida. Algumas latas de tinta e a firmeza da rua garantiriam resultados melhores. O problema nesse caso e em muitos no Brasil é querer dar um passo maior que a perna. Primeiro, você cria uma cultura de uso de bikes, ensina a usar, pinta ciclofaixas pelas cidade, percorre a cidade toda com o projeto, coisa que está bem avançada em São Paulo.
No Rio, as ciclovias continuam sendo turísticas, ligando as pessoas ao mar, nunca ou quase nunca ao trabalho. Até que a Tim Maia foi idealizada, talvez a primeira que permitiria trabalhadores da Barra se locomoveram para a Zona Sul, mas aí a obra é, ela sim, megalomaníaca, em bases e moldes que nem países tarimbados no assunto já fizeram, como a própria Holanda.
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